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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Permuta
Um mecanismo inovador de distribuição de recursos orçamentários está sendo usado pelo governo como forma de "fidelizar" parlamentares recém-chegados à base aliada e amaciar novatos da oposição. Trata-se de uma espécie de permuta em que eleitos para
primeiro mandato substituem, na "administração"
das emendas, conterrâneos que não se reelegeram.
Cada um tem até R$ 3 mi em emendas para "trocar"
com ex-deputados. Quando a verba for liberada, o calouro pode indicar o município a recebê-la. "Com a escassez de recursos do Brasil, você não pode perder
verbas já previstas no Orçamento", diz o líder do PTB
na Câmara, Jovair Arantes (GO), um dos idealizadores do mecanismo -segundo ele, uma "idéia em construção", mas que já está em pleno funcionamento.
Fase de testes. Líderes da
oposição afirmam que a permuta das emendas foi uma
das cartadas usadas pelo governo para ajudar a enterrar a
CPI do Apagão Aéreo. "Longe
disso", nega Jovair Arantes.
DNA. O líder do governo, José Múcio (PTB-PE), e o ministro Walfrido dos Mares Guia
(Relações Institucionais) ajudam a formatar o acordo entre novos e ex-deputados.
Temos de pegar 1. "Natan, acho que vamos ficar com
a Funasa!", festejou Osvaldo
Reis (PMDB-TO) ao encontrar no cafezinho da Câmara o
colega de bancada Natan Donadon (PMDB-RO). Os peemedebistas fazem de tudo para indicar o diretor da fundação, que concentra as emendas do Ministério da Saúde.
Temos de pegar 2. Donadon se interessou por mais
detalhes. "O Danilo vai ficar
lá", explicou Reis. "Quem é
Danilo?", perguntou o colega.
Resposta: "Ele é aquele que
resolve". Trata-se de Danilo
Forte, atual diretor-executivo
da Funasa, indicado pelos deputados do PMDB para comandar a fundação.
Pepino. Recém-instalado
na Agricultura, o PMDB já
avisou que não abre mão do
comando da Ceagesp. Desde o
primeiro governo Lula, a central de abastecimento é loteada entre petistas de São Paulo.
Deságio. Defensores da gestão de José Carlos Pereira à
frente da Infraero dizem com
ironia que o maior problema
da empresa não é o aparelho
ILS, que pifou no aeroporto
de Guarulhos, e sim o IEO,
"Índice de Economia nas
Obras" aplicado pelo brigadeiro. Fiscalização e renegociação de contratos reduziram o custo em quase 30% na
comparação com o período de
Carlos Wilson (PT-PE).
Mutirão. Do presidente da
Colômbia, Álvaro Uribe, em
conversa com o governador
Aécio Neves, que o visitou:
"Não tenho dúvida de que o
enfrentamento da violência é
tarefa para todos. As Forças
Armadas têm de participar".
Mantra. Sobre a paralisação
da PF, amanhã, o ministro
Paulo Bernardo (Planejamento) diz que o governo conversará -"como sempre fez"-,
mas sem perder de vista uma
"negociação mais duradoura",
que inclua a regulamentação
do direito de greve.
Jurisprudência. Eros
Grau, do STF, concedeu ao
PSOL liminar para que o partido mantenha sala e assessores na Câmara. No despacho,
o ministro cita decisão do colega Celso de Mello sobre o direito das minorias. Em tempo: Mello é o relator do mandado de segurança da oposição contra o sepultamento da
CPI do Apagão Aéreo, que invoca o mesmo princípio.
Território livre. O evento
que marcará, amanhã, a
transformação do PFL em
"Democratas" será no auditório Petrônio Portela (Senado).
Em seguida, o local abrigará a
festa de 85 anos do PC do B.
Visita à Folha. Sérgio Cabral Filho (PMDB), governador do Rio de Janeiro, visitou
ontem a Folha, a convite do
jornal, onde foi recebido em
almoço. Estava acompanhado
de Ricardo Cota, subsecretário de Comunicação.
Tiroteio
"Para continuar a fazer demagogia com a revisão
do PIB para cima, o governo federal terá de
pagar o que está devendo à saúde".
Do deputado RAFAEL GUERRA (PSDB-MG), sobre o déficit de R$ 4 bilhões nos recursos destinados à saúde, vinculados à variação nominal
do Produto Interno Bruto, que o IBGE elevou de 2,6% para 3,2%
nos três primeiros anos do governo Lula.
Contraponto
Está contratado
O presidente do PDT e futuro ministro da Previdência,
Carlos Lupi, estava em sua banca de jornais no Rio, em
dezembro de 1979, quando Leonel Brizola, que acabara de
voltar do exílio, chegou à procura de um diário gaúcho.
Lupi, então com 22 anos, não tinha o jornal, mas disse:
-Vou providenciar e levo para o senhor.
Minutos depois, lá estava ele com o exemplar no apartamento de Brizola, que agradeceu da seguinte forma:
-Você é muito eficiente, menino. Tome, aqui estão cem
fichas de filiação ao meu partido. Procure seus conhecidos e volte amanhã com todas elas preenchidas!
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