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Kassab diz não se preocupar com pesquisa
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de São Paulo,
Gilberto Kassab ( PFL), disse
não se incomodar com o o resultado da pesquisa Datafolha que aponta 42% de rejeição ao seu mandato pelos
paulistanos.
Para Kassab, o episódio
mais marcante de seu primeiro ano no governo, quando ele expulsou um homem
de uma unidade de saúde na
zona norte aos gritos de "vagabundo", já está superado.
Segundo o Datafolha, apenas 15% dos paulistanos
aprovam sua gestão, que
completa um ano no sábado
-Kassab assumiu após a renúncia de José Serra (PSDB)
para disputar o governo paulista. Outros 36% dizem que
o governo é regular.
"Todos sabem do nosso esforço para continuar à frente
da prefeitura fazendo uma
excelente gestão focando
principalmente a resolução
de assuntos na área de saúde
e educação, que são nossas
principais preocupações",
afirmou Kassab.
O prefeito disse ainda que
"a pesquisa indica que 40%
dos paulistanos ainda não
me conhecem". O Datafolha,
porém, não aponta isso.
De acordo com Mauro
Paulino, diretor do instituto,
o nível de desconhecimento
é pequeno, pois apenas 7%
não souberam avaliar a gestão. Na primeira pesquisa
após a posse de Kassab, em
maio do ano passado, esse índice era de 26%.
Segundo cientistas políticos ouvidos pela Folha, a
avaliação do governo de Kassab atrapalha os planos de
Serra, que pretende disputar
a Presidência em 2010.
"É uma ducha de água fria
nos dois", diz Marco Antônio
Carvalho Teixeira, professor
da Fundação Getúlio Vargas
de São Paulo.
Ele explica que, se Kassab
não for o candidato da aliança PSDB-PFL em 2008, Geraldo Alckmin (PSDB) pode
ocupar o espaço.
Fernando Antonio Azevedo, professor da Universidade Federal de São Carlos,
disse que, se Kassab não conseguir reverter os índices de
avaliação, é provável que
Serra se afaste do prefeito.
"Acho difícil que a rejeição
do Kassab afete o Serra diretamente, mas pode repetir o
que aconteceu com o [Paulo]
Maluf e o Pitta [ex-prefeito
Celso Pitta]", afirmou Azevedo. Maluf foi o principal
avalista da eleição de Pitta e
depois se afastou, com o
crescimento da avaliação negativa do sucessor.
O vereador Francisco
Chagas, líder do PT na Câmara, afirmou que é natural
que o eleitor faça uma ligação entre prefeito e governador. "Kassab assumiu, mas
não assumiu. Ele tem o cargo, mas não tem o comando",
disse o petista.
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