DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem, em São Paulo, ser muito difícil uma aliança entre PSDB e DEM para as eleições para a prefeitura da capital paulista.
"Eu preferiria que houvesse uma fusão antes, mas não dá", disse o tucano, durante o lançamento do livro "Memórias do Brasil Grande", de Wilson Quintella, ex-diretor-presidente da Camargo Corrêa.
Para FHC, a fusão é complicada porque os dois partidos têm bons candidatos e é "difícil convencê-los a não competir".
O ex-presidente disse que Kassab e Alckmin são pessoas educadas e que acredita em uma "campanha de alto nível".
Questionado sobre um possível enfraquecimento de ambas as candidaturas sem a aliança, ele afirmou: "Se for levada de maneira adequada, não [enfraquece a candidatura dos dois]. Até porque, há uma certa possibilidade de que se juntem no segundo turno".
E completou: "Em política, estamos cansados de ver que os partidos se juntam, se separam, voltam a se juntar. O importante é manter o sangue frio e ver como fazer para que a população de São Paulo participe de uma maneira adequada dessa campanha".
Durante a manhã, FHC participou de seminário sobre agências de regulação na Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) e comentou sobre a aproximação do PT com o PSDB em Belo Horizonte (MG). O ex-presidente brincou com a fama de "namorador" do governador Aécio Neves, ao comentar sua aproximação com o PT da capital mineira.
"Ele é conhecido como muito namorador", afirmou. Em seguida, questionado se aprovaria o namoro, FHC disse: "Eu não sou o pai dele".
"Eu gosto muito do Aécio, confio nele. Acho que ele está fazendo uma coisa que no seu entender é bom para ele, para o PSDB e para Belo Horizonte. Aécio sempre teve lealdade com o partido, e não acho que ele fala algo com o objetivo de dificultar a relação do PSDB no futuro", disse o ex-presidente.


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