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Gilmar Mendes vê fiscalização frágil
contra caixa dois
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O vice-presidente do Supremo
Tribunal Federal, Gilmar Mendes,
reconheceu que há uma fragilidade na fiscalização das contas de
campanhas eleitorais por parte da
Justiça Eleitoral. Segundo ele, esse
é um dos motivos de um efetivo
combate ao caixa dois,
Ele citou a denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, contra 40
envolvidos no mensalão e reproduziu a expressão "sofisticada organização criminosa", contida
nela: "A denúncia revelou a existência de indícios da formação de
uma "sofisticada organização criminosa" no âmago do governo".
"A estruturação de tal organização está a revelar a persistência de
algumas mazelas em nosso sistema político-eleitoral, assim como
os déficits de fiscalização e controle por parte da Justiça Eleitoral
em relação a práticas há muito conhecidas, mas poucas vezes combatidas com a devida eficácia."
O ministro fez essa afirmação
anteontem à noite, em discurso,
ao deixar a presidência do TSE
(Tribunal Superior Eleitoral), que
ocupou por dois meses. Ele assume hoje a vice-presidência do
STF. O TSE será comandado pelo
ministro Marco Aurélio de Mello,
inclusive no período eleitoral.
Depois de enaltecer o voto eletrônico, Mendes disse que a Justiça Eleitoral deve propor o aperfeiçoamento da legislação para evitar abuso do poder político e financiamento irregular de partidos e campanhas eleitorais, considerados "problemas urgentes".
O novo vice-presidente do STF
disse que a legislação deve conter
regras que acelerem a tramitação
dos processos eleitorais. Também
afirmou que o TSE não deve servir para o prolongamento de disputas políticas dos derrotados nas
urnas. "O tribunal deve estar sempre atento às pretensões daqueles
que querem apenas procrastinar
o jogo político-eleitoral."
(SILVANA DE FREITAS)
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