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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Como FHC
No esforço para manter sob controle a CPI do Apagão Aéreo, o PT fez um levantamento das sete comissões de investigação mais relevantes que funcionaram durante os mandatos de Fernando Henrique
Cardoso, entre elas a do Sivam e do Proer. Sua conclusão: em todas, PSDB, PFL e PMDB, os três grandes
partidos que formavam a base aliada, monopolizaram
a presidência e a relatoria, postos-chave em CPIs.
Portanto, a oposição que se conforme.
Os governistas que defendem algum acordo com
PSDB e DEM esbarram nas divergências internas da
oposição. Há ali os que esperam virar a Infraero do
avesso e os que advogam uma investigação "focalizada", que atinja o governo pelo aspecto da "má gestão".
Rédea curta 1. O PMDB
não apenas insiste em ter um
dos dois postos de comando
da CPI como já decidiu que
ele não será entregue a nenhum "independente" disposto a "fazer gracinha", diz
um peemedebista sintonizado com o Planalto. "Vai ser alguém de total confiança."
Rédea curta 2. Os líderes
do governo vão analisar a dedo as indicações dos partidos
para a CPI. Já avisaram que
não querem saber de Arnaldo
Faria de Sá (SP), uma das sugestões feitas pelo PTB.
Afinados. De Gustavo
Fruet (PSDB-PR), que integrará a CPI: "O clima de quebra de sigilos e longos depoimentos não se sustenta em
início de legislatura." De Henrique Fontana (PT-RS), vice-líder do governo: "Não acredito em processo de desestabilização em início de mandato".
Vem aí. No início de maio,
alguns dias depois do balanço
público do PAC que os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Guido Mantega (Fazenda) e Paulo Bernardo (Planejamento) apresentarão na semana que vem, será a vez de
Lula dar entrevista coletiva.
Esquece. O PRB de José
Alencar e do senador Marcelo
Crivella pode esperar sentado
por cargos no Ipea, que ficará
sob o guarda-chuva da nova
pasta de Ações de Longo Prazo. Seja porque a estrutura do
instituto não dá muita margem a loteamento, seja porque o fato de Roberto Mangabeira Unger ter virado ministro tem pouca ou nenhuma
relação com seu partido.
Calendário. Professor de
direito em Harvard, Mangabeira deverá tomar posse dentro de 15 ou 20 dias quando
voltar dos EUA, onde foi encerrar seus compromissos do
atual período letivo.
Esforçado. Constantemente aconselhado a melhorar
sua relação com a imprensa,
Arlindo Chinaglia (PT-SP)
deu ontem uma longa entrevista coletiva. De volta ao gabinete, o presidente da Câmara comentou com um funcionário da Casa: "Viu só como
estou ficando simpático?".
Não deu. O esforço do governo para chegar a acordo
sobre a oficialização das centrais até o 1º de Maio esbarrou
na CUT, que defende reforma
mais profunda no setor.
Pegou mal. Reunião de
sindicalistas anteontem em
Brasília desandou quando o
secretário de Relações do Trabalho, Luiz Antonio de Medeiros, chamou a Nova Central, criada para tentar manter a atual estrutura sindical,
de "Nova Schin". Os diretores
da entidade deixaram a sala.
Alagado. O temporal pegou
o Temporão. Devido aos
transtornos causados pela
chuva ontem em São Paulo, o
ministro da Saúde teve de ser
resgatado de helicóptero, em
Congonhas, para chegar a
tempo à inauguração da nova
fábrica de vacinas do Estado.
Constrangimento. Após
dois de seus membros -Nery
Júnior e Roberto Haddad-
virarem alvo da Operação Têmis, o TRF paulista decidiu
adiar a sessão de seu Órgão
Especial marcada para ontem. Preferiu realizar um encontro de corregedores.
Tiroteio
"O PT quer tirar a liberdade da imprensa
para que seus aloprados trabalhem em paz".
Do presidente do DEM, deputado RODRIGO MAIA, sobre a defesa feita
pelo presidente do PT, Ricardo Berzoini, da criação de controles para a
mídia durante os períodos de campanha eleitoral.
Contraponto
Questão de estilo
O governador José Serra reuniu-se na semana passada
com parlamentares em Brasília para defender o projeto
que prevê o uso de pulseiras eletrônicas para monitorar
ex-presos. Deputados e senadores citaram experiências
semelhantes em outros países e manifestaram a preocupação de que o aparelho poderia "estigmatizar" detentos
em liberdade condicional. Líder do PSDB na Câmara, Antonio Carlos Pannunzio tentou sugerir uma solução:
-Já existe chip do tamanho de brinco. Pensando bem,
aqui só não vão poder instalar o aparelho no chapéu...
O uso desse acessório no plenário foi recentemente
proibido por iniciativa do presidente Arlindo Chinaglia.
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