São Paulo, sexta-feira, 27 de abril de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Como FHC

No esforço para manter sob controle a CPI do Apagão Aéreo, o PT fez um levantamento das sete comissões de investigação mais relevantes que funcionaram durante os mandatos de Fernando Henrique Cardoso, entre elas a do Sivam e do Proer. Sua conclusão: em todas, PSDB, PFL e PMDB, os três grandes partidos que formavam a base aliada, monopolizaram a presidência e a relatoria, postos-chave em CPIs. Portanto, a oposição que se conforme.
Os governistas que defendem algum acordo com PSDB e DEM esbarram nas divergências internas da oposição. Há ali os que esperam virar a Infraero do avesso e os que advogam uma investigação "focalizada", que atinja o governo pelo aspecto da "má gestão".

Rédea curta 1. O PMDB não apenas insiste em ter um dos dois postos de comando da CPI como já decidiu que ele não será entregue a nenhum "independente" disposto a "fazer gracinha", diz um peemedebista sintonizado com o Planalto. "Vai ser alguém de total confiança."

Rédea curta 2. Os líderes do governo vão analisar a dedo as indicações dos partidos para a CPI. Já avisaram que não querem saber de Arnaldo Faria de Sá (SP), uma das sugestões feitas pelo PTB.

Afinados. De Gustavo Fruet (PSDB-PR), que integrará a CPI: "O clima de quebra de sigilos e longos depoimentos não se sustenta em início de legislatura." De Henrique Fontana (PT-RS), vice-líder do governo: "Não acredito em processo de desestabilização em início de mandato".

Vem aí. No início de maio, alguns dias depois do balanço público do PAC que os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Guido Mantega (Fazenda) e Paulo Bernardo (Planejamento) apresentarão na semana que vem, será a vez de Lula dar entrevista coletiva.

Esquece. O PRB de José Alencar e do senador Marcelo Crivella pode esperar sentado por cargos no Ipea, que ficará sob o guarda-chuva da nova pasta de Ações de Longo Prazo. Seja porque a estrutura do instituto não dá muita margem a loteamento, seja porque o fato de Roberto Mangabeira Unger ter virado ministro tem pouca ou nenhuma relação com seu partido.

Calendário. Professor de direito em Harvard, Mangabeira deverá tomar posse dentro de 15 ou 20 dias quando voltar dos EUA, onde foi encerrar seus compromissos do atual período letivo.

Esforçado. Constantemente aconselhado a melhorar sua relação com a imprensa, Arlindo Chinaglia (PT-SP) deu ontem uma longa entrevista coletiva. De volta ao gabinete, o presidente da Câmara comentou com um funcionário da Casa: "Viu só como estou ficando simpático?".

Não deu. O esforço do governo para chegar a acordo sobre a oficialização das centrais até o 1º de Maio esbarrou na CUT, que defende reforma mais profunda no setor.

Pegou mal. Reunião de sindicalistas anteontem em Brasília desandou quando o secretário de Relações do Trabalho, Luiz Antonio de Medeiros, chamou a Nova Central, criada para tentar manter a atual estrutura sindical, de "Nova Schin". Os diretores da entidade deixaram a sala.

Alagado. O temporal pegou o Temporão. Devido aos transtornos causados pela chuva ontem em São Paulo, o ministro da Saúde teve de ser resgatado de helicóptero, em Congonhas, para chegar a tempo à inauguração da nova fábrica de vacinas do Estado.

Constrangimento. Após dois de seus membros -Nery Júnior e Roberto Haddad- virarem alvo da Operação Têmis, o TRF paulista decidiu adiar a sessão de seu Órgão Especial marcada para ontem. Preferiu realizar um encontro de corregedores.

Tiroteio

"O PT quer tirar a liberdade da imprensa para que seus aloprados trabalhem em paz".
Do presidente do DEM, deputado RODRIGO MAIA, sobre a defesa feita pelo presidente do PT, Ricardo Berzoini, da criação de controles para a mídia durante os períodos de campanha eleitoral.

Contraponto

Questão de estilo

O governador José Serra reuniu-se na semana passada com parlamentares em Brasília para defender o projeto que prevê o uso de pulseiras eletrônicas para monitorar ex-presos. Deputados e senadores citaram experiências semelhantes em outros países e manifestaram a preocupação de que o aparelho poderia "estigmatizar" detentos em liberdade condicional. Líder do PSDB na Câmara, Antonio Carlos Pannunzio tentou sugerir uma solução:
-Já existe chip do tamanho de brinco. Pensando bem, aqui só não vão poder instalar o aparelho no chapéu...
O uso desse acessório no plenário foi recentemente proibido por iniciativa do presidente Arlindo Chinaglia.


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