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PT vai se coligar com PSDB em 200 cidades
Veto da Executiva petista à aliança em Belo Horizonte não cria "jurisprudência" e "cada caso é um caso", afirma Berzoini
Direção do PT determinou, por resolução, que serão analisados pedidos de união ao PSDB em municípios com mais de 200 mil eleitores
SIMONE IGLESIAS
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Inimigos no plano nacional,
PT e PSDB vão tentar se coligar
em cerca de 200 cidades do país
nas eleições de outubro, apesar
do veto dado na quinta-feira
pela Executiva Nacional petista
à aliança em Belo Horizonte,
sexta maior cidade do país.
Impulsionados por particularidades locais, tucanos e petistas tendem a ampliar a parceria em relação a 2004, quando patrocinaram dobradinhas
em 121 municípios -pequenos,
em sua maioria-, tendo vencido em 44% deles.
"Cada caso é um caso e vamos estudá-los à luz das conjunturas locais, estaduais e nacional. A decisão sobre Belo
Horizonte não cria jurisprudência para nada, mas é claro
que alguém pode apelar para isso", disse o presidente nacional
do PT, Ricardo Berzoini.
Na linha do "cada caso é um
caso", os dirigentes petistas
não querem se comprometer
com o veto da Executiva Nacional em cidades sem a dimensão
nacional de Belo Horizonte.
Em 2004, o maior município
que assistiu à união entre o PT
e o PSDB foi Anápolis (GO), o
70º maior do país. No segundo
turno, a chapa petista-tucana
foi derrotada pelo PSB.
Agora, há conversas em estágios variados em cidades como
Aracaju (35ª maior do país), a
mineira Juiz de Fora (36ª) e a
gaúcha Pelotas (65ª).
"Nas cidades menores, o que
prevalece é a questão paroquial. Como os pedidos de
aliança em grandes e médias cidades são quase inexistentes,
não existe constrangimento",
diz o deputado federal Rodrigo
de Castro (MG), coordenador
nacional no PSDB das eleições.
Campeão
Devido à tentativa do governador Aécio Neves (PSDB) e do
prefeito Fernando Pimentel
(PT) de patrocinar candidatura
conjunta em Belo Horizonte,
Minas deve ser o Estado campeão de solicitações de aliança
entre PT e PSDB, segundo estimativa do secretário nacional
de Assuntos Institucionais do
PT, Romênio Pereira.
Segundo ele, são aproximadamente 60. Na cidade histórica de Ouro Preto, por exemplo,
o PSDB pode encabeçar a chapa
que teria o PT como vice. Em
Congonhas (78 km de Belo Horizonte) e Guapé (281 km de
Belo Horizonte), os dois partidos também buscam uma dobradinha, nesse caso com o PT
concorrendo a prefeito.
Em Juiz de Fora (272 km de
BH), petistas e tucanos aguardam os desdobramentos em
Belo Horizonte. "A candidatura
própria do PT aqui tem uma
convergência muito grande,
mas o nosso direcionamento
não é o de fechar a porteira.
Mas estamos aguardando os
desdobramentos de Belo Horizonte", diz o presidente do PT
local, Rogério de Freitas.
Em Aracaju, o PT e o PSDB
buscam aliança para apoiar a
reeleição do prefeito Edvaldo
Nogueira (PC do B). "O PT aqui
ainda não discutiu isso, foi o
prefeito que fez um gesto em
direção ao PSDB. Agora, a decisão de Belo Horizonte é específica. Para os demais casos, vale
a decisão anterior de avaliar caso a caso", diz o presidente do
PT de Sergipe, Marcio Macedo.
Na Paraíba, o PSDB e o DEM,
os dois maiores adversários do
governo Lula, apoiarão a candidata petista Polianna Feitosa
(PT) à Prefeitura de Pombal
(371 km de João Pessoa) e, em
Maturéia (312 km de João Pessoa), o PT será vice dos tucanos.
Complexo
Em Pelotas, quarta maior cidade do Rio Grande do Sul, o
candidato do PT, Fernando
Marroni, poderá ter o apoio do
PSDB, partido da governadora
do Estado, Yeda Crusius. "A situação de Pelotas é complexa
porque o Rio Grande do Sul é
um Estado importante no qual
o PT faz oposição ao governo do
PSDB", disse Romênio Pereira.
A direção petista determinou
por meio de resolução que analisará, prioritariamente, os pedidos de aliança com o PSDB
nas cidades com mais de 200
mil eleitores. Como são poucos,
se dedicará a todas às solicitações feitas, mesmo que pelos
menores municípios do país.
Pereira disse que não há critérios objetivos para o veto ou a
aprovação, mas afirmou que é
bem mais fácil para o partido liberar alianças em cidades de
pouco peso nacional.
No PSDB, a Executiva Nacional analisará as alianças em
municípios com mais de 50 mil
habitantes. "Em Belo Horizonte, ficou claro que a rejeição do
PT foi ao nome do governador
Aécio Neves, não ao PSDB",
disse Rodrigo de Castro.
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