São Paulo, segunda-feira, 27 de abril de 2009

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Senado manda apurar suspeita contra ex-diretor

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), determinou a abertura de sindicância para apurar a suspeita de que empresas de fachada registradas em nomes de laranjas foram destinatárias de recursos desviados da Casa.
Reportagem da revista "Época" desta semana afirma que o ex-diretor de Recursos Humanos do Senado Federal João Carlos Zoghbi usou o nome de uma ex-babá, Maria Izabel Gomes, 83, que mora na casa dele, para abrir três empresas.
Essas empresas -DMZ Consultoria Empresarial, DMZ Corretora de Seguros Ltda e Contact Assessoria de Crédito Ltda-, segundo a revista, receberam cerca de R$ 3 milhões nos últimos anos, parte vinda do Banco Cruzeiro do Sul, que tem contrato com o Senado Federal para oferecer crédito consignado aos servidores.
"Não conheço o caso, mas estamos tomando as providências para investigar essa triangulação entre essas empresas e o Senado", afirmou ontem Heráclito.
A "Época" diz que a ex-babá não tinha renda até se tornar dona das empresas. E afirma que Zoghbi reconheceu ter usado o nome dela. Segundo o ex-diretor, as empresas pertencem na verdade a dois filhos seus, que, por serem servidores públicos, não poderiam aparecer.
O texto afirma que, durante conversa em que o ex-diretor apresentou suas explicações, a mulher dele, Denise Araújo Zoghbi, tentou subornar os repórteres.
"Essa reportagem vai acabar conosco, o João vai ser demitido. O que eu posso fazer? Dinheiro? Se eu te der meu carro, você não publica?", disse Denise aos repórteres, segundo a revista.

Exoneração
Há um mês, Zoghbi perdeu o cargo de diretor depois de revelar que ele vive em uma mansão em Brasília, mas não abriu mão do apartamento funcional, onde deixou um filho morando de graça.
Zoghbi é ligado ao grupo do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), e foi diretor do Senado por 15 anos.
Ele e sua família também se beneficiaram de passagens aéreas para o exterior, emitidas nas cotas parlamentares de Raymundo Veloso (PMDB-BA), Zé Geraldo (PT-PA) e Aníbal Gomes (PMDB-CE). Foram de graça para Madri e Paris.
No ano passado, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou o fim do nepotismo nos órgãos públicos, Zoghbi teve que demitir sete parentes empregados no Senado.


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