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Senado manda apurar suspeita contra ex-diretor
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O primeiro-secretário do
Senado, Heráclito Fortes
(DEM-PI), determinou a
abertura de sindicância para
apurar a suspeita de que empresas de fachada registradas em nomes de laranjas foram destinatárias de recursos desviados da Casa.
Reportagem da revista
"Época" desta semana afirma que o ex-diretor de Recursos Humanos do Senado
Federal João Carlos Zoghbi
usou o nome de uma ex-babá, Maria Izabel Gomes, 83,
que mora na casa dele, para
abrir três empresas.
Essas empresas -DMZ
Consultoria Empresarial,
DMZ Corretora de Seguros
Ltda e Contact Assessoria de
Crédito Ltda-, segundo a revista, receberam cerca de R$
3 milhões nos últimos anos,
parte vinda do Banco Cruzeiro do Sul, que tem contrato
com o Senado Federal para
oferecer crédito consignado
aos servidores.
"Não conheço o caso, mas
estamos tomando as providências para investigar essa
triangulação entre essas empresas e o Senado", afirmou
ontem Heráclito.
A "Época" diz que a ex-babá não tinha renda até se tornar dona das empresas. E
afirma que Zoghbi reconheceu ter usado o nome dela.
Segundo o ex-diretor, as empresas pertencem na verdade a dois filhos seus, que, por
serem servidores públicos,
não poderiam aparecer.
O texto afirma que, durante conversa em que o ex-diretor apresentou suas explicações, a mulher dele, Denise
Araújo Zoghbi, tentou subornar os repórteres.
"Essa reportagem vai acabar conosco, o João vai ser
demitido. O que eu posso fazer? Dinheiro? Se eu te der
meu carro, você não publica?", disse Denise aos repórteres, segundo a revista.
Exoneração
Há um mês, Zoghbi perdeu
o cargo de diretor depois de
revelar que ele vive em uma
mansão em Brasília, mas não
abriu mão do apartamento
funcional, onde deixou um
filho morando de graça.
Zoghbi é ligado ao grupo
do presidente da Casa, José
Sarney (PMDB-AP), e foi diretor do Senado por 15 anos.
Ele e sua família também
se beneficiaram de passagens aéreas para o exterior,
emitidas nas cotas parlamentares de Raymundo Veloso (PMDB-BA), Zé Geraldo
(PT-PA) e Aníbal Gomes
(PMDB-CE). Foram de graça
para Madri e Paris.
No ano passado, quando o
STF (Supremo Tribunal Federal) determinou o fim do
nepotismo nos órgãos públicos, Zoghbi teve que demitir
sete parentes empregados
no Senado.
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