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Aliança dá a Dilma tempo na TV 48% maior que o de Serra
Se confirmadas tendências de coligação, petista terá 10min29s, contra 6min46s do tucano
Marina, que deve concorrer apenas com o apoio de seu partido, o PV, deverá ter apenas 4,2% do espaço:
um minuto e três segundos
RANIER BRAGON
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As alianças partidárias em
torno das candidaturas presidenciais dão, até o momento,
vantagem a Dilma Rousseff
(PT) na propaganda eleitoral
no rádio e na TV: o tempo de
publicidade projetado hoje para a petista é 48% superior ao
do principal concorrente, José
Serra (PSDB). E chega a 55%
caso as atuais tendências de coligação se confirmem.
Nesse cenário mais provável
-que pode mudar até a oficialização das candidaturas, em junho-, Dilma teria direito a
10min29s no horário nobre da
TV (em um bloco de 25 minutos), contra 6min46s de Serra.
Hoje o PSB deve oficializar a
desistência do deputado Ciro
Gomes (CE) da corrida ao Palácio do Planalto em prol do
apoio à candidata petista.
A não ser que haja uma mudança severa no provável mapa
de alianças, essa será a primeira
eleição presidencial na história
em que um candidato do PT terá o maior tempo na propaganda televisiva e de rádio.
Mesmo assim, não será batido o recorde, que é do tucano
Fernando Henrique Cardoso
em sua campanha à reeleição,
em 1998, quando tinha uma
vantagem de 135% sobre Lula.
O espaço de cada candidato é
calculado, principalmente, de
acordo com o desempenho na
eleição para a Câmara. Ou seja,
quanto mais deputados tenha
eleito em 2006, mais tempo de
televisão o partido terá agora.
"O problema é que ele [Serra]
se isolou, só tem o apoio do
DEM e do PPS, além do seu
próprio partido, e nós temos
um amplo leque de alianças",
afirma o líder do governo na
Câmara, deputado Cândido
Vaccarezza (PT-SP).
Marqueteiro da campanha
de Serra, Luiz Gonzalez não
quis analisar os cenários projetados, afirmando que é preciso,
primeiro, saber qual será a definição do PP, que tem 1min20s
no horário nobre.
Serra, Dilma e Marina
Hoje, Dilma conta com o
apoio já declarado de PMDB,
PDT, PR, PC do B e PRB, o que
dá 8min16s dos 25 minutos. O
PP se diz indefinido, mas a tendência atual é de fechamento
com Dilma. Com o acréscimo
de PP e PSB, o tempo de Dilma
subiria para 10min29s.
Já Serra, que conta hoje com
DEM e PPS, tem 5min37s assegurados, mas há perspectiva de
que ele ganhe o apoio de PTB e
PSC. Com isso, seu tempo na
TV iria a 6min46s.
Em qualquer dos cenários, a
pré-candidata Marina Silva
-que só deve contar com a sustentação do seu partido, o PV-
ficaria com 4,2% do tempo de
TV: 1min03s no horário nobre.
A definição oficial só se dará
após junho, mês reservado para
as convenções partidárias, que
indicam oficialmente os candidatos à Presidência. Além das
alianças, o número de postulantes nanicos -hoje são dez
que se declaram pré-candidatos- também interfere na divisão do tempo.
No melhor cenário para Dilma (apoio do PP, do PTB e do
PSC), a candidata chega a ter
101% de vantagem sobre Serra.
Na hipótese de essas três legendas migrarem para os tucanos,
Serra chegaria perto da candidata petista -apenas 13% de
tempo a mais para o PT.
A campanha eleitoral na TV
vai durar 45 dias, no primeiro
turno, tendo início em 17 de
agosto. Além dos blocos de 25
minutos (três vezes por semana, duas vezes ao dia), há as pequenas propagandas, de até um
minuto, que são transmitidas
diariamente nos intervalos comerciais das emissoras, as chamadas "inserções". Sua divisão
é calculada de acordo com o
mesmo critério dos blocos.
Exemplos de importância
das pequenas peças ocorreram
nas últimas eleições, em 2008.
Em São Paulo, inserções do PT
levantaram dúvida sobre a
orientação sexual de Gilberto
Kassab (DEM), estratégia que
se tornou uma das maiores polêmicas da campanha. No Rio
de Janeiro, a campanha de
Eduardo Paes (PMDB) usou as
peças para explorar um deslize
de Fernando Gabeira (PV), que
havia chamado uma vereadora
de suburbana.
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