São Paulo, terça-feira, 27 de abril de 2010

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Serra diz que criará Ministério da Segurança

Em entrevista à TV Bandeirantes, ele diz que pasta teria função de "repressão'; é o segundo ministério prometido pelo tucano

Pré-candidato volta a afirmar que vai manter Bolsa Família: "Eu não sou trouxa, eu sei governar'; ex-governador faz crítica a Aloizio Mercadante


Danilo Verpa/Folha Imagem
Serra em entrevista aDatena; tucano poupou Dilma de críticas e direcionou ataque a Mercadante, pré-candidato ao governo de SP

BRENO COSTA
DA REPORTAGEM LOCAL

O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse ontem que criará o Ministério da Segurança Pública, caso se eleja. A promessa havia sido feita na campanha de 2002, mas é novidade na disputa deste ano.
A proposta, que se junta a outra, feita há dez dias, de criação de um ministério extraordinário para pessoas com deficiência, foi feita durante entrevista dada a José Luiz Datena, no programa "Brasil Urgente", da TV Bandeirantes.
O tom policial do programa acabou sendo incorporado pelo pré-candidato, a partir de perguntas de Datena. Além da criação do ministério, que teria entre suas funções a "repressão" e o "enfrentamento" do crime a partir de coordenação do governo federal, Serra defendeu a revisão das regras de progressão de regime e defendeu o "engaiolamento" de "bandidos".
"Eu sou a favor dos direitos humanos, de respeitar todo mundo. Lutei por isso e luto. Agora, bandido tem que ser combatido, enfrentado com dureza. Não tem opção. Você não precisa desrespeitar o ser humano, mas você tem que engaiolar", disse o tucano.
Ao comentar sobre violência contra crianças, Serra se referiu ao homem suspeito de matar e estuprar seis adolescentes em Luziânia (GO) como "pedófilo maldito e assassino".
Nas declarações políticas, ele voltou a poupar a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, e o presidente Lula. Questionado por Datena se considerava Dilma inexperiente, disse que, ao dizer o que fez, "não está acusando o outro por não ter feito" nem "diminuindo ninguém por não ter [experiência]".
Serra voltou a afirmar que manterá o programa Bolsa Família. "Eu não sou trouxa. Eu sei governar. Se você for para o governo fazer picuinha com quem foi antes, você prejudica a população", afirmou.
As críticas ao PT acabaram sendo direcionadas ao pré-candidato do partido ao governo de SP, Aloizio Mercadante. Após pergunta sobre ataques do petista às enchentes no Estado, disse que "responder ao Mercadante é um atraso de vida".
Na entrevista, Serra ainda fez críticas ao presidente venezuelano Hugo Chávez e à política de apoio do governo brasileiro ao Irã. Ao todo, o pré-candidato falou sobre mais de 25 temas em cerca de uma hora.
A participação de Serra no programa ocorreu uma semana depois da ida de Dilma. Foi no mesmo programa, em março, que Serra admitiu pela primeira vez sua pré-candidatura.


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