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Marina vai pedir apoio de Ciro na campanha
Verdes apostam em rebelião do deputado contra o PSB, que optou por aliança com Dilma ao invés de candidatura própria
Pré-candidata deve procurar ex-colega de Esplanada nos próximos dias; para membro da Executiva, eleitorado de Ciro não pertence ao PSB
BERNARDO MELLO FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL
A pré-candidata do PV, Marina Silva, vai pedir o apoio do deputado Ciro Gomes (PSB-CE)
na corrida presidencial. Ela deve procurá-lo para uma primeira conversa nos próximos dias.
Os verdes apostam numa rebelião de Ciro contra o próprio
partido, que rifou sua candidatura para embarcar na campanha de Dilma Rousseff (PT).
A operação será deflagrada
assim que o PSB oficializar que
não terá candidato próprio à
sucessão do presidente Lula.
"O apoio de Ciro nos interessa.
Em tempo hábil, a Marina vai
procurá-lo", confirmou à Folha, de Washington, por telefone, o coordenador da campanha do PV, Alfredo Sirkis.
Aliados da senadora avaliam
que Ciro demonstrou ressentimento com a cúpula do PSB,
que barrou sua candidatura para negociar alianças regionais.
Eles interpretaram as críticas a
Dilma como um sinal de que o
deputado pode boicotar a aliança do partido com o PT.
"Ciro ficou numa situação
muito delicada. Apoiar a Marina seria uma boa saída para
ele", diz o ex-deputado Luciano
Zica, da Executiva Nacional do
PV. "Ele pode ser um parceiro,
quem sabe até um colaborador
da campanha."
Marina volta hoje dos Estados Unidos. Antes de viajar, ela
divulgou nota chamando a decisão do PSB de "retrocesso" e
"intolerância democrática". "A
Marina gosta muito do Ciro. E o
eleitorado é dele, não do PSB",
afirma Zica.
A direção do PV agora discute uma forma de iniciar o diálogo sem melindrar o deputado,
que está com o orgulho ferido e
se sentiu abandonado pelo próprio partido. A ideia é que Marina o procure para marcar uma
conversa cara a cara.
"Temos que dar um tempo a
ele para deixar a poeira baixar",
disse Sirkis. "A turma da Dilma
já está urubuzando o Ciro. Não
vamos fazer isso. Vamos tratá-lo com respeito e seriedade."
Publicamente, Marina passará a se apresentar como única
alternativa à polarização entre
Dilma e José Serra (PSDB). Ciro pretendia desempenhar o
mesmo papel, em oposição ao
caráter plebiscitário que o governo quer dar à eleição.
Na última pesquisa Datafolha, divulgada no dia 19, Marina
e Ciro aparecem tecnicamente
empatados -ela teve 10% das
intenções, e ele, 9%. Sem o deputado, Marina alcança os 12%.
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