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Ameaças de morte chegam por meio de cartas
DO ENVIADO ESPECIAL A VITÓRIA
Depois que se intensificaram as
ameaças de morte -por cartas e
telefonemas-, o presidente da
OAB no Espírito Santo, Agessandro da Costa Pereira, teve de se
mudar da sua casa para um apartamento, não pode mais fazer caminhadas nem ir à casa da praia
ou andar sem a companhia permanente de uma agente federal.
"Os bandidos estão soltos e eu sou
um prisioneiro", diz ele, que há 21
anos está à frente da entidade.
Foi por causa das ameaças e do
crime organizado que ele resolveu
pedir à direção nacional da OAB
que intervenha em seu Estado.
"Não há outro jeito", diz, mantendo a voz pausada e o tom calmo.
Para ter uma idéia do que está
passando esse homem de estatura
pequena e cabelos alinhados, eis
um trecho de uma das cartas que
recebeu: "Falar muito já levou o
Denadai [referência ao assassinato do advogado Marcelo Denadai,
que ameaçava denunciar esquema de fraudes]. O ministro e o
presidente da OAB não fariam
mais do que lamentar durante alguns dias o seu sumiço. Não
adianta achar que a Justiça vai fazer alguma coisa porque tem gente muito grande no negócio".
As ameaças não se limitam ao
presidente da OAB, mas se estendem a funcionários ("E sua secretária, que anda a pé à noite no
centro da cidade e pode ser assaltada?") e a familiares ("Quantas
pessoas você aguentaria enterrar
a essa altura da vida?").
(LC)
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