São Paulo, segunda-feira, 27 de maio de 2002

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Ameaças de morte chegam por meio de cartas

DO ENVIADO ESPECIAL A VITÓRIA

Depois que se intensificaram as ameaças de morte -por cartas e telefonemas-, o presidente da OAB no Espírito Santo, Agessandro da Costa Pereira, teve de se mudar da sua casa para um apartamento, não pode mais fazer caminhadas nem ir à casa da praia ou andar sem a companhia permanente de uma agente federal. "Os bandidos estão soltos e eu sou um prisioneiro", diz ele, que há 21 anos está à frente da entidade.
Foi por causa das ameaças e do crime organizado que ele resolveu pedir à direção nacional da OAB que intervenha em seu Estado. "Não há outro jeito", diz, mantendo a voz pausada e o tom calmo.
Para ter uma idéia do que está passando esse homem de estatura pequena e cabelos alinhados, eis um trecho de uma das cartas que recebeu: "Falar muito já levou o Denadai [referência ao assassinato do advogado Marcelo Denadai, que ameaçava denunciar esquema de fraudes]. O ministro e o presidente da OAB não fariam mais do que lamentar durante alguns dias o seu sumiço. Não adianta achar que a Justiça vai fazer alguma coisa porque tem gente muito grande no negócio".
As ameaças não se limitam ao presidente da OAB, mas se estendem a funcionários ("E sua secretária, que anda a pé à noite no centro da cidade e pode ser assaltada?") e a familiares ("Quantas pessoas você aguentaria enterrar a essa altura da vida?"). (LC)


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