São Paulo, segunda-feira, 27 de maio de 2002

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MEMÓRIA

Subida de petista fez com que bancos rebaixassem o país

DA REDAÇÃO

A subida do candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, nas pesquisas de intenção de voto fez com que cinco bancos internacionais de investimento rebaixassem sua recomendação para negócios com títulos da dívida brasileira: Morgan Stanley, Merrill Lynch, ABN Amro, Santander e Goldman Sachs.
Os primeiros a fazer isso foram Merrill Lynch e Morgan Stanley Dean Witter, no final de abril.
Os dois bancos sugeriram aos seus clientes que reduzissem investimentos em papéis da dívida do país para a "média de mercado".
Antes, as duas instituições recomendavam aos investidores que mantivessem títulos do país em volumes "acima do mercado".
Um dos principais motivos alegados foi um suposto aumento da taxa de risco do Brasil. A subida do petista nas pesquisas foi mencionada como o maior fator doméstico de incerteza para o mercado.
No último levantamento do Datafolha, Lula subiu de 32% para 43% nas intenções de voto, enquanto o pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, que é apoiado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, apresentou uma queda de 22% para 17%.
Para o mercado, a vitória do pré-candidato tucano, em tese, representaria a continuidade da política monetária restritiva (contenção da inflação) e de superávits fiscais, que, nessa versão torna mais seguros os investimentos no país.
O relatório do Merrill Lych que apontou o rebaixamento do país também citou a perspectiva de redução do fluxo de capital para países emergentes, entre os quais está o Brasil, e o preço do petróleo como fatores que determinaram a decisão.
Ainda assim, outros cinco bancos de investimento - JP Morgan, ING Barrings, Dresdner, Barclays e Lloyds TSB- mantiveram a posição do Brasil em sua recomendação para investidores estrangeiros. A alegação deles foi que as eleições ainda estão longe. O JP Morgan chegou a dizer que o movimento de rebaixamento era "exagerado".
Além do rebaixamento do Brasil, neste mês o risco de investir no Brasil, medido pelo banco JP Morgan, disparou, chegando a 908 pontos. O Goldman Sachs chegou também a recomendar a seus clientes a redução de investimentos em ações de bancos, teles e empresas de energia brasileiros.


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