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MEMÓRIA
Subida de petista fez com que bancos rebaixassem o país
DA REDAÇÃO
A subida do candidato do
PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva,
nas pesquisas de intenção de
voto fez com que cinco bancos internacionais de investimento rebaixassem sua recomendação para negócios
com títulos da dívida brasileira: Morgan Stanley, Merrill Lynch, ABN Amro, Santander e Goldman Sachs.
Os primeiros a fazer isso
foram Merrill Lynch e Morgan Stanley Dean Witter, no
final de abril.
Os dois bancos sugeriram
aos seus clientes que reduzissem investimentos em
papéis da dívida do país para
a "média de mercado".
Antes, as duas instituições
recomendavam aos investidores que mantivessem títulos do país em volumes "acima do mercado".
Um dos principais motivos alegados foi um suposto
aumento da taxa de risco do
Brasil. A subida do petista
nas pesquisas foi mencionada como o maior fator doméstico de incerteza para o
mercado.
No último levantamento
do Datafolha, Lula subiu de
32% para 43% nas intenções
de voto, enquanto o pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, que é
apoiado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso,
apresentou uma queda de
22% para 17%.
Para o mercado, a vitória
do pré-candidato tucano,
em tese, representaria a continuidade da política monetária restritiva (contenção da
inflação) e de superávits fiscais, que, nessa versão torna
mais seguros os investimentos no país.
O relatório do Merrill Lych
que apontou o rebaixamento do país também citou a
perspectiva de redução do
fluxo de capital para países
emergentes, entre os quais
está o Brasil, e o preço do petróleo como fatores que determinaram a decisão.
Ainda assim, outros cinco
bancos de investimento -
JP Morgan, ING Barrings,
Dresdner, Barclays e Lloyds
TSB- mantiveram a posição do Brasil em sua recomendação para investidores
estrangeiros. A alegação deles foi que as eleições ainda
estão longe. O JP Morgan
chegou a dizer que o movimento de rebaixamento era
"exagerado".
Além do rebaixamento do
Brasil, neste mês o risco de
investir no Brasil, medido
pelo banco JP Morgan, disparou, chegando a 908 pontos. O Goldman Sachs chegou também a recomendar a
seus clientes a redução de investimentos em ações de
bancos, teles e empresas de
energia brasileiros.
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