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Lula afirma que viagem define "nova geografia"
DA ENVIADA ESPECIAL A XANGAI
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva classificou sua visita à
China como o coroamento da
política externa de seu governo. Ele disse ainda que encerrará o ciclo de aproximação com
outros países em desenvolvimento durante a visita ao Brasil
do presidente da Rússia, Vladimir Putin, em dezembro. "Nós
teremos criado então o que
chamo de uma nova geografia
comercial no mundo", disse o
presidente ontem em Xangai,
em entrevista coletiva.
O símbolo mais visível dessa
"nova geografia" é o G3, grupo
que reúne Brasil, África do Sul e
Índia, que Lula espera transformar em G5 em "um futuro bem
próximo", com a adesão da
Rússia e da China.
Mesmo enfatizando que não
busca confrontação com os
EUA, ele ressaltou que o objetivo dessa política é forçar os países ricos a cederem em questões comerciais, sobretudo nas
relativas a subsídios agrícolas.
"Toda vez que você fica pedindo para um parceiro fazer concessões, ele só vai fazer concessões se perceber que você tem
força política. O que estamos
tentando construir é força política capaz de convencer os países ricos a flexibilizar suas políticas protecionistas", disse.
Segundo Lula, a relação comercial do Brasil com os países
desenvolvidos já é "muito forte" e tem pouco espaço para se
expandir. EUA e União Européia respondem cada um por
cerca de 26% das exportações
brasileiras, observou Lula.
Apesar da avaliação positiva da
viagem, ele repetiu várias vezes
que o Brasil não quer ser mero
exportador de produtos primários para a China -justamente
o que mais interessa aos chineses na relação bilateral.
(CLÁUDIA TREVISAN)
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