|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Dono de empreiteira se nega a depor; irmão dele é liberado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O empresário Zuleido Veras,
dono da Gautama e acusado de
ser principal operador de uma
organização que fraudava licitações pagando propina a políticos, se recusou a depor à ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça, e voltou à carceragem da superintendência da PF em Brasília.
Os advogados de Zuleido entraram ontem com pedido de
habeas corpus para que ele,
Maria de Fátima Palmeira e Vicente Coni, ambos funcionários da Gautama, fossem soltos.
Segundo a assessoria do STF,
o pedido de Coni não seria analisado pelo ministro Gilmar
Mendes, presidente interino do
tribunal. Ainda segundo a assessoria, Mendes não recebeu o
pedido dos outros dois até o fechamento desta edição.
A recusa do empresário em
depor fez a ministra mudar de
planos e convocar os outros setes presos, que deveriam ser
ouvidos só na segunda-feira.
Liberado após depor, Dimas
Veras, irmão de Zuleido, deixou
tribunal ontem no início da
noite e não quis se manifestar.
Maria de Fátima, acusada de
ser a responsável pelo pagamento de propina a políticos
em Brasília, não foi liberada,
após mais de oito horas de depoimento. Antes de voltar à
carceragem, ela precisou ser
atendida por uma equipe médica por causa de um "problema
de pressão". Uma ambulância
foi chamada para a realização
de um eletrocardiograma.
Advogados da Gautama consideraram uma "injustiça"
manter Zuleido e Fátima na
prisão. "Não há nenhum motivo e nenhum pressuposto para
a prisão preventiva", disse a advogada Sônia Rao. Das 48 pessoas presas, 39 foram liberadas.
(FELIPE SELIGMAN)
Texto Anterior: Entrevista: Engenheiro diz que lobista é "necessário" Próximo Texto: Janio de Freitas: Os perigos da onda Índice
|