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Contrato não foi influenciado,
afirma Caixa
DA REPORTAGEM LOCAL
A Caixa Econômica Federal afirmou, por meio de sua
coordenadoria de imprensa,
em Brasília, que os termos e
garantias dos contratos assinados entre o banco, a empresa Ecosama, pertencente
à construtora Gautama, e a
Prefeitura de Mauá em 2004
não sofreram "influência de
seus controladores".
Os contratos, assinados na
gestão do então prefeito, Oswaldo Dias (PT-SP), têm valor total de R$ 42,7 milhões.
O objetivo é financiar obras
para o sistema de água e esgoto de Mauá. Até a semana
passada, diz a Caixa, haviam
sido liberados R$ 15 milhões.
A Folha revelou, na sexta-feira, que as garantias dos
contratos com a Caixa são o
próprio contrato para serviços em Mauá, assinado entre
a Ecosama e o ex-prefeito
em 10 de janeiro de 2003.
No decorrer do escândalo
do mensalão, a CPI dos Correios e o Banco Central criticaram o uso de contratos públicos como garantias para
os empréstimos obtidos pelo
publicitário Marcos Valério
nos bancos BMG e Rural.
Na última quinta-feira, a
reportagem relatou que Dias
passou a participar dos processos na Caixa como "interveniente anuente" em 24 de
dezembro, a poucos dias do
final de seu mandato. Com
isso, a prefeitura poderá ter
de indenizar a Caixa, no caso
de rompimento da concessão. Em três cartas enviadas
à Folha em dois dias, a Caixa
negou irregularidades nos financiamentos à Ecosama.
"A empresa tomou o empréstimo sob a forma de operação estruturada do tipo
"project finance". As características de um "project finance" residem no fato de que o
empreendimento é avaliado
isoladamente, sem influências de controladores, ou seja, rentabilidade e garantias
são fornecidas pelo projeto.
As garantias exigidas pela
Caixa são: penhor dos direitos emergentes da concessão, caução das ações, conta
reserva e seguros, inclusive
de conclusão de obra."
Indagada sobre outros casos em que a Caixa aceitou
contratos com o serviço público como garantias para
empréstimos, o banco disse,
na sexta, que não poderia divulgá-los, "devido ao sigilo
contratual". Segundo a Caixa, além do contrato de concessão também é garantia
dos empréstimos o penhor
das ações da Ecosama.
Criada para tocar a concessão em Mauá, a Ecosama,
segundo a Folha apurou, é
99,7% controlada pela construtora Gautama, cujas
ações não foram penhoradas
pela Caixa. Os outros 0,3%
pertencem a Zuleido Veras, a
sua mulher e a um funcionário da Gautama em Salvador.
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