São Paulo, domingo, 27 de maio de 2007

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Em cidade de Renan, população crê que operação "dará em nada'

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MURICI (AL)

São quase oito horas da noite e o movimento de pessoas na praça Santa Teresa, no centro de Murici (a 60 km de Maceió, AL), começa a aumentar. É hora do noticiário, e as pessoas se aglomeram em frente a um aparelho público de TV para acompanhar as novidades da Operação Navalha.
Todos querem saber o destino do filho ilustre da cidade, Renan Calheiros (PMDB), presidente do Senado. Em Murici, ninguém acredita no envolvimento dele em irregularidades. Mas sabem há tempos, ou já ouviram falar, da filha dele com a jornalista Mônica Veloso.
"A história da filha a gente já ouviu falar, a surpresa foi a denúncia da polícia", disse o aposentado Ivaldo Vasconcelos da Silva, 71, tio de Renan, irmão da mãe do presidente do Senado, Ivanilda Vasconcelos da Silva.
Silva é um dos poucos na cidade, de cerca de 22 mil habitantes, que aceita ser entrevistado sobre o assunto. Quase todos preferem ficar só na conversa. Dizem o que sabem, ou o que ouviram falar nas ruas, mas sempre protegidos pelo anonimato. Afirmam que Murici deve muito à família Calheiros.
O tio de Renan concorda, mas também acha que o senador deve explicações à população local. "Foi aqui que ele nasceu e se criou", diz. "Acho que ele vai falar primeiro em Brasília e depois ao seu povo."
Para ele, o escândalo "não vai dar em nada". "Teve o mensalão, que foi muito pior, e não aconteceu nada também, lembra?", diz Silva.
Do mesmo modo pensa a maioria dos moradores da cidade. A família Calheiros, dizem, nunca deixou de demonstrar gratidão à cidade. "No Natal, eles [a família] distribuem cesta básica de alimentos", conta.


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