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Em cidade de Renan, população crê que operação "dará em nada'
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MURICI (AL)
São quase oito horas da noite
e o movimento de pessoas na
praça Santa Teresa, no centro
de Murici (a 60 km de Maceió,
AL), começa a aumentar.
É hora do noticiário, e as pessoas se aglomeram em frente a
um aparelho público de TV para acompanhar as novidades da
Operação Navalha.
Todos querem saber o destino do filho ilustre da cidade,
Renan Calheiros (PMDB), presidente do Senado. Em Murici,
ninguém acredita no envolvimento dele em irregularidades.
Mas sabem há tempos, ou já ouviram falar, da filha dele com a
jornalista Mônica Veloso.
"A história da filha a gente já
ouviu falar, a surpresa foi a denúncia da polícia", disse o aposentado Ivaldo Vasconcelos da
Silva, 71, tio de Renan, irmão da
mãe do presidente do Senado,
Ivanilda Vasconcelos da Silva.
Silva é um dos poucos na cidade, de cerca de 22 mil habitantes, que aceita ser entrevistado sobre o assunto. Quase todos preferem ficar só na conversa. Dizem o que sabem, ou o
que ouviram falar nas ruas, mas
sempre protegidos pelo anonimato. Afirmam que Murici deve muito à família Calheiros.
O tio de Renan concorda,
mas também acha que o senador deve explicações à população local. "Foi aqui que ele nasceu e se criou", diz. "Acho que
ele vai falar primeiro em Brasília e depois ao seu povo."
Para ele, o escândalo "não vai
dar em nada". "Teve o mensalão, que foi muito pior, e não
aconteceu nada também, lembra?", diz Silva.
Do mesmo modo pensa a
maioria dos moradores da cidade. A família Calheiros, dizem,
nunca deixou de demonstrar
gratidão à cidade. "No Natal,
eles [a família] distribuem cesta básica de alimentos", conta.
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