São Paulo, terça-feira, 27 de junho de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Próximo Texto | Índice

PAINEL


Bilhete da morte
O aparecimento de um bilhete reforçando as evidências de que Fábio Monteiro de Barros era um "laranja" de Luiz Estevão (PMDB-DF) na Incal parece ter selado a sorte do peemedebista. Ontem, profissionais do ramo calculavam pelo menos 50 votos favoráveis à cassação. E bastam 41 para defenestrar o senador.

Silêncio rompido
O bilhete no qual Monteiro de Barros pede R$ 800 mil a Luiz Estevão, para pagar contas da Incal, mudou humores, sobretudo do PMDB. Pedro Simon (RS), que estava calado, resolveu "deitar o verbo" na sessão de amanhã. E Roberto Requião (PR) parou de defender a simples suspensão do mandato.

Versão derrotada
Comenta-se no PMDB que o líder Jader Barbalho pode ficar isolado na defesa de Luiz Estevão. Ninguém mais sustenta que a cassação do senador é só mais um lance na briga do paraense com ACM. Diz-se agora no partido que Estevão foi apanhado de calças curtas. Apenas isso.

Alô, alô, responde
A mando de ACM, seus assessores passaram o dia de ontem telefonando para os gabinetes dos senadores. O pefelista quer saber quem não estará esta semana em Brasília. Para não ter surpresas no caso Luiz Estevão.

Panos quentes
Francisco Gros (BNDES) enviou carta a Luiz Carlos Santos (Furnas) com cópias para Pedro Parente (Casa Civil), Alcides Tápias (Desenvolvimento) e Rodolpho Tourinho (Minas e Energia). Nega que tenha condicionado a venda da estatal à demissão de sua diretoria.

A arte e a vida
Atração prevista para amanhã, dia da votação do caso Luiz Estevão, no "Cultura ao meio-dia", uma sessão de cinema que o Senado exibe todas as quartas-feiras no auditório Petrônio Portela: "Espera de um milagre", estrelado por Tom Hanks.


Vítima de uma paixão
Morando na Argentina, Ariel, filho do general paraguaio Lino Oviedo, cismou de visitar a namorada em Assunção, no sábado passado, contrariando os conselhos da mãe, Raquel. Foi preso ao entrar na cidade, sob a alegação de que poderia estar envolvido em conspiração para matar o presidente Luiz Macchi.

Hóspede do barulho
Preso e levado para interrogatório, Ariel teria apanhado de toalha molhada (o que não deixa marcas). Se o filho de Oviedo, tentando ver a namorada, provoca essa tensão, imagine-se o general, que está de molho em uma cela da PF, em Brasília.

Ponte carioca
O prefeiturável carioca César Maia (PTB) tem encontro marcado hoje no Congresso com os líderes do PPS Roberto Freire (PE), Paulo Hartung (ES) e João Herrmann (SP). A sigla de Ciro aposta que o apoio a Maia no Rio é a ponta de uma aliança com o PTB para 2002.

Costura antiga
As negociações entre PPS e PTB vêm de longe. No início de fevereiro, o ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho (PTB) teve um encontro decisivo com Ciro Gomes no apartamento de João Herrmann, em Brasília.

Associação genérica
Os produtores de remédios genéricos devem anunciar em poucos dias a criação de uma associação para fortalecê-los. Em reunião com Serra (Saúde) na semana passada, dez fabricantes de genéricos estudaram modos de driblar o boicote das farmácias a seus medicamentos.

Maquiagem ligeira
Marta Suplicy (PT) encomendou ao urbanista Jorge Wilheim um estudo sobre pequenas intervenções urbanas para São Paulo. O trabalho, que será submetido hoje à candidata, deve ser usado na campanha como proposta para mudar a cara feia da cidade em seis meses.

TIROTEIO

Do líder do PPS na Câmara, deputado João Herrmann, sobre as acusações trocadas pelos dirigentes do seu partido em função das fichas de filiação fraudadas em São Paulo:
- O partido precisa aprender com seus erros. Escolheu-se o campo midiático para discutir, quando o melhor seria escolher o campo ideológico.

CONTRAPONTO

Salvo no grito
Na campanha de 1992, Paulo Maluf apareceu nos estúdios da TV Cultura, onde seria realizado um debate com os candidatos à prefeitura, carregando um calhamaço com reportagens críticas à gestão Luiza Erundina, então no PT. No verso das reportagens, o marqueteiro Nelson Biondi havia feito uma "cola", de modo que Maluf pudesse ler as manchetes enquanto as mostrava para as câmeras da TV.
Em dado momento, sem perceber, Maluf inverteu os papéis, mostrando a "cola" para as câmeras. O marqueteiro Ricardo Carvalho, que fazia a campanha de Eduardo Suplicy, começou a gozar o pepebista, fazendo gestos espalhafatosos do auditório. Maluf desconcentrou-se.
Biondi, vendo seu candidato em apuros, começou a gritar:
- O que é isso, palhaço!? Seu palhaço, pode parar, pára já!!!
Conseguiu o que queria. O debate foi tirado do ar às pressas.


Próximo Texto: São Paulo: Ex-chefe de gabinete se nega a ajudar Promotoria
Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.