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Altitude faz presidente abreviar visita a La Paz
WILLIAM FRANÇA
ENVIADO ESPECIAL A LA PAZ
Por recomendação médica, o
presidente Fernando Henrique
Cardoso, 70, restringiu sua visita à
cidade de La Paz, sede do governo
boliviano, a menos de sete horas.
Essa foi a forma encontrada para amenizar os efeitos provocados
pela altitude de 3.600 metros da
cidade, localizada em meio à cordilheira dos Andes, sem que FHC
precisasse tomar remédios para
aumentar sua capacidade respiratória ou para reduzir a tontura e a
dor de cabeça, comuns a quem visita o lugar. As recomendações
médicas incluíram ainda pedidos
para que FHC andasse devagar,
evitasse subir escadas e conversasse em ritmo normal.
O presidente foi orientado para
que comesse menos que o habitual e evitasse bebidas alcoólicas
ou gasosas. FHC, no entanto, ironizou as recomendações. Pouco
antes de fazer o brinde com
champanhe, no almoço oficial,
disse que não estava preocupado
com os efeitos da altitude, pois já
havia estado no lago Titicaca, que
fica a 3.800 metros. A visita ocorreu entre as décadas de 50 e 60,
quando FHC ainda era pesquisador da Cepal (Comissão Econômica para América Latina).
FHC foi recebido com honras
especiais pelo presidente Hugo
Banzer. O presidente brasileiro foi
aplaudido por mais de 2.000 pessoas presentes à praça Murillo, a
principal da cidade, e teve direito
até mesmo a uma pequena torcida organizada, formada por mulheres. Uma delas pediu para
abraçar FHC e foi atendida. Valendo-se do clima afetivo, ele disse que quer construir uma parceria estratégica com o país vizinho
-com iniciativas na área agropecuária, de meio ambiente, de educação e de comércio, além do gás.
Essa é a primeira visita de Estado de um presidente brasileiro à
Bolívia, em 14 anos.
Ontem à noite, FHC viajou para
a cidade de Santa Cruz de la Sierra. A visita à Bolívia prossegue até
amanhã.
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