LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PT tentou constranger o presidente do Congresso, Jader Barbalho (PMDB-PA), na sessão de votação do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias. O partido cobrou apoio de Jader à CPI da corrupção proposta pelo bloco de oposição no Senado.
Jader se defendeu da cobrança petista mesmo estando na presidência da sessão, o que não é comum acontecer no Congresso. Ao responder ao PT, ele envolveu o petista Luiz Inácio Lula da Silva, eventual candidato do partido à Presidência. "Acho uma indignidade dizer que o Lula é sustentando por um empresário de São Paulo", afirmou.
O líder do PT na Câmara, Walter Pinheiro (BA), disse que os congressistas, quando saem às ruas, são obrigados a dar explicações sobre os processos contra o presidente do Senado. "Dê a 27ª assinatura à CPI, presidente. Achei que quando assinou o outro pedido, o senhor queria investigar", argumentou o líder petista.
Ele se referiu ao pedido de criação da CPI mista da corrupção, que foi arquivado por falta de assinaturas na Câmara. Depois, a oposição resolveu investir apenas na criação de CPI no Senado. Jader disse ao líder petista que não está impedindo a criação da CPI e que tem apoiado todas as medidas propostas no Senado para investigar as denúncias.
O deputado Milton Temer (PT-RJ) disse que, ao citar a denúncia contra Lula, Jader deveria adotar o mesmo procedimento do PT. "O PT abriu sindicância para investigar tudo e permitiu que a imprensa tivesse acesso às informações. As denúncias cessaram."
Para Temer, as denúncias não atingem apenas Jader, mas todos os congressistas, já que ele é o presidente do Congresso. Jader voltou a citar Lula: "Dizer que o Roberto Teixeira se beneficiava de verbas das prefeituras do PT para sustentar o Lula é uma calúnia como a que se faz a mim".


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