São Paulo, quarta-feira, 27 de junho de 2007

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Apesar de Vavá, Lula mantém aprovação de 64%, diz Sensus

71% classificam episódio com irmão como negativo, indica pesquisa encomendada pela CNT

52,2% acham que Lula sabia de suposto lobby de Vavá, indiciado sob a suspeita de tráfico de influência na Operação Xeque-Mate da PF

LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Embora negativa, a repercussão das denúncias envolvendo Genival Inácio da Silva, o Vavá, em episódios de suposto tráfico de influência não afetou a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu irmão, nem a do governo. É o que indica pesquisa do Instituto Sensus encomendada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) e divulgada ontem.
O levantamento mostra que 70,7% dos entrevistados que acompanharam ou ouviram falar do caso Vavá consideram que o episódio foi negativo para o governo e para Lula. Pior: 52,2% acreditam que o presidente tinha conhecimento prévio do suposto lobby de Vavá junto ao governo, contra 38,7% para quem Lula não sabia das supostas atividades do irmão.
Apesar disso, segundo os dados da pesquisa, o desempenho pessoal do presidente manteve-se estável em relação ao último levantamento, de abril. Lula é aprovado hoje por 64% -há dois meses, eram 63,7%. Somente 29,8% o desaprovam -em abril eram 28,2%. As oscilações estão dentro da margem de erro da pesquisa, de três pontos percentuais.
A avaliação do governo também segue sem grandes alterações: 47,5% consideram o desempenho do governo positivo e somente 14% o avaliam de forma negativa. Em abril deste ano, a avaliação positiva do governo chegava a 49,5%, e a negativa, a 14,6%.
O aposentado Vavá chegou a ser indiciado pela Polícia Federal sob suspeita de tráfico de influência e exploração de prestígio, na Operação Xeque-Mate, de combate a máfia de caça-níqueis. Ele não foi denunciado pela Procuradoria, e o caso foi remetido à Justiça Federal de São Bernardo do Campo (SP).
Um total de 75,1% dos entrevistados disse acreditar nas denúncias contra Vavá, contra 15,2% que declararam que não. A maioria dos entrevistados (76,9%) considera correto o indiciamento dele. Ao mesmo tempo, 67,1% creditam o vazamento das informações relativas a Vavá como um episódio de natureza política.
"O que mantém a popularidade do governo é o funcionamento da economia e os programas sociais, além do carisma do presidente", disse Ricardo Guedes, diretor do Instituto Sensus, lembrando que outros escândalos também não "colaram" na imagem do presidente.
Foram feitas 2.000 entrevistas, em 24 Estados, entre os dias 18 e 22 de junho.
A pesquisa também mostra que aumentou a preocupação da população com a corrupção. Questionados sobre qual seria o principal motivo para não se ter orgulho do Brasil, 41,3% dos entrevistados citaram a corrupção. Com 17,1%, aparece a violência e, em terceiro lugar, a pobreza e a miséria, com 12,7%.
Em maio de 2005, a corrupção já era o principal motivo para os brasileiros não sentirem orgulho do país, mas, à época, o tema recebeu menção de apenas 27,1%.


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