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Evento sobre Amazônia vira desagravo a governador do TO
Cassado pelo TSE na madrugada de ontem, Marcelo Miranda vai recorrer da decisão
Governador fica no cargo até que recurso seja julgado; caso cassação se confirme, tribunal decidiu que haverá eleição indireta para o cargo
CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM PALMAS (TO)
A reunião de sete governadores da Amazônia Legal ontem,
em Palmas, se transformou em
ato de desagravo ao chefe do
Executivo do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), cassado
na madrugada de ontem pelo
Tribunal Superior Eleitoral por
abuso de poder político nas
eleições de 2006.
A Amazônia Legal inclui os
Estados do Norte, Mato Grosso
e parte do Maranhão.
Os governadores de Rondônia, Ivo Cassol (sem partido), e
de Roraima, José de Anchieta
Júnior (PSDB), também alvos
de ações no TSE, foram os que
mais defenderam Miranda.
"A população que escolheu
seu representante está sendo
prejudicada", afirmou Cassol.
Já Anchieta disse considerar
que a decisão contra o peemedebista, a um ano e meio das
eleições de 2010, "é uma perda
para a sociedade tocantinense".
Anfitrião do Fórum dos Governadores da Amazônia, Marcelo Miranda disse que vai recorrer. "Vamos continuar trabalhando até o último dia. Estou muito tranquilo e não vamos baixar a cabeça."
Para Miranda, a decisão do
TSE -que determinou a realização de eleição indireta, vetando a posse do segundo colocado, José Wilson Siqueira
Campos (PSDB), autor do pedido de cassação- poderia ter sido pior. "Aqueles que tentaram
de todas as formas nos derrubar não conseguiram", disse.
Absolvido recentemente no
TSE, o governador do Amapá,
Antônio Valdez Góes (PDT),
afirmou que em processos como esse "pode-se cometer
grandes injustiças". A governadora do Pará, Ana Julia Carepa
(PT), disse que "todos nos solidarizamos com ele".
Decisão
Miranda e Paulo Sidnei Antunes (PPS), seu vice, tiveram
os mandatos cassados por unanimidade (sete votos).
Por 5 votos a 2, o TSE também determinou a realização
de novas eleição no Estado, indireta, a ser feita pela Assembleia, por faltar menos de dois
anos para o final do mandato.
Os ministros entenderam
que o fato de o governador cassado ter sido eleito ainda no
primeiro turno tornou nula a
maioria dos votos que obteve e
"prejudicou" a eleição.
A decisão é diferente da que
cassou os então governadores
Jackson Lago (PDT-MA) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
-quando os segundos colocados foram empossados- porque em ambos os casos a eleição foi definida em segundo
turno. Miranda pode ficar no
cargo até que os recursos no
TSE sejam julgados.
Campos afirma, na ação, que
Miranda criou cargos comissionados em época eleitoral,
doou lotes, óculos, cheques,
além de fazer consultas médicas gratuitas. A defesa de Miranda alega falta de provas para
ligar os atos do governador com
o possível benefício eleitoral.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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