São Paulo, sábado, 27 de junho de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SUCESSÃO
Candidato pedetista afirma que o governador exagerou na dose e que, agora, SP precisa de desenvolvimento
Covas organizou contas do Estado, diz Rossi

CLAUDIA VARELLA
da Agência Folha, no ABCD

O candidato do PDT ao governo estadual, Francisco Rossi, disse ontem que, se eleito, não precisará "fechar o Estado para balanço". Essa proposta havia sido feita pelo próprio Rossi, quando candidato ao governo do Estado, na última eleição em 1994.
Ele disse que o governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), organizou as contas, mas exagerou. "O Covas fechou (o Estado) para balanço e exagerou na dose. Agora é abri-lo para o desenvolvimento."
Segundo ele, o próximo governador "vai ter de ter muita criatividade" para aumentar a receita do Estado sem aumentar os impostos.
Rossi se reuniu ontem de manhã com cerca de 50 empresários e lideranças da região do ABCD, em São Bernardo (Grande São Paulo), em debate promovido pela Associação Comercial e Industrial de São Bernardo e pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra.
De acordo com a última pesquisa Datafolha, divulgada no último dia 15, Rossi tem 28% das intenções de votos e está empatado tecnicamente com Paulo Maluf (PPB), que aparece com 26%. O governador Covas (PSDB), que tenta a reeleição, está em terceiro lugar, com 14%.
Rossi admitiu seu respeito ao governador Covas, apesar de nunca ter sentado com ele "para trocar idéias".
Num eventual segundo turno entre Rossi e Maluf, o pedetista quer o apoio de Covas e do PT. Sobre não fazer promessas ao eleitorado, Rossi disse que o PDT está definindo, com o PSB, como passar suas propostas aos eleitores.
"Estamos discutindo qual a linguagem que vamos usar para a população. Seguramente não será aquele clássico de programa de governo. Deve ser um plano de metas, um ideário, compromisso com objetivos, no qual educação entra como meta prioritária."

Cansaço
O candidato disse preferir se referir às realizações que já fez, "deixando na cabeça das pessoas" a idéia de que conhece os problemas e sabe a "solução de cada um deles". "A promessa específica já cansou na cabeça do eleitor", afirmou.
Ele disse ter sido "ingênuo" na campanha de 94 quando respondeu perguntas sobre religião. "Agora nada de religião. Quero responder temas políticos e administrativos. Religião é uma questão de foro íntimo", afirmou o candidato, evangélico, que disse querer o apoio de "todas as religiões".



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.