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SUCESSÃO
Candidato pedetista afirma que o governador exagerou na dose e que, agora, SP precisa de desenvolvimento
Covas organizou contas do Estado, diz Rossi
CLAUDIA VARELLA
da Agência Folha, no ABCD
O candidato
do PDT ao governo estadual,
Francisco Rossi,
disse ontem
que, se eleito,
não precisará
"fechar o Estado para balanço". Essa proposta
havia sido feita pelo próprio Rossi,
quando candidato ao governo do
Estado, na última eleição em 1994.
Ele disse que o governador de
São Paulo, Mário Covas (PSDB),
organizou as contas, mas exagerou. "O Covas fechou (o Estado) para balanço e exagerou na
dose. Agora é abri-lo para o desenvolvimento."
Segundo ele, o próximo governador "vai ter de ter muita criatividade" para aumentar a receita
do Estado sem aumentar os impostos.
Rossi se reuniu ontem de manhã
com cerca de 50 empresários e lideranças da região do ABCD, em
São Bernardo (Grande São Paulo),
em debate promovido pela Associação Comercial e Industrial de
São Bernardo e pela Associação
dos Diplomados da Escola Superior de Guerra.
De acordo com a última pesquisa Datafolha, divulgada no último
dia 15, Rossi tem 28% das intenções de votos e está empatado tecnicamente com Paulo Maluf
(PPB), que aparece com 26%. O
governador Covas (PSDB), que
tenta a reeleição, está em terceiro
lugar, com 14%.
Rossi admitiu seu respeito ao
governador Covas, apesar de nunca ter sentado com ele "para
trocar idéias".
Num eventual segundo turno
entre Rossi e Maluf, o pedetista
quer o apoio de Covas e do PT. Sobre não fazer promessas ao eleitorado, Rossi disse que o PDT está
definindo, com o PSB, como passar suas propostas aos eleitores.
"Estamos discutindo qual a
linguagem que vamos usar para a
população. Seguramente não será
aquele clássico de programa de
governo. Deve ser um plano de
metas, um ideário, compromisso
com objetivos, no qual educação
entra como meta prioritária."
Cansaço
O candidato disse preferir se referir às realizações que já fez,
"deixando na cabeça das pessoas" a idéia de que conhece os
problemas e sabe a "solução de
cada um deles". "A promessa
específica já cansou na cabeça do
eleitor", afirmou.
Ele disse ter sido "ingênuo"
na campanha de 94 quando respondeu perguntas sobre religião.
"Agora nada de religião. Quero
responder temas políticos e administrativos. Religião é uma questão de foro íntimo", afirmou o
candidato, evangélico, que disse
querer o apoio de "todas as religiões".
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