São Paulo, sábado, 27 de julho de 2002

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Assassinato faz Ciro cancelar comício em Foz

GABRIELA ATHIAS
ENVIADA ESPECIAL A FOZ DO IGUAÇU

Um rapaz de 21 um anos foi assassinado com dois tiros ontem à noite no comício do candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PPS), em Foz do Iguaçu (PR). O fato ocorreu minutos antes de o presidenciável subir no palanque. A participação dele no evento acabou sendo cancelada.
"Ele [Ciro" cancelou os discursos em respeito à família da vítima", disse Wilmar Andreola, um dos coordenadores do comício em Foz do Iguaçu. A assessoria informou que o candidato do PPS seguiria imediatamente para Fortaleza. Apesar disso, o show da dupla Gian e Giovani, previsto para começar logo após os discursos, foi mantido.
A primeira versão sobre o assassinato de Valdir Pereira Ribeiro, fornecida pelos organizadores do comício, é a de que ele foi vítima de "briga de rua sem conotação política" com um morador da favela Marinha, localizada a poucos metros de onde o comício estava sendo realizado.
Os tiros foram disparados por volta das 21h30, durante a apresentação de uma banda que tocava para cerca de 5.000 pessoas (segundo a estimativa da Polícia Militar) que aguardavam a chegada do presidenciável.
O corpo de Valdir foi levado para o salão onde estava Ciro Gomes e sua comitiva e de lá transportado pelo Corpo de Bombeiros para a Santa Casa. O autor dos disparos correu em direção à favela, carregando a arma próximo ao abdômen.
No final da noite, um investigador da polícia, que não quis se identificar, disse que o rapaz morto era vendedor de uma loja de roupa. Ainda segundo o policial, a vítima já havia cumprido pena por assalto à mão armada, tendo sido libertado em março de 2000.
Ciro estava acompanhado pelo candidato ao governo pelo PDT, Álvaro Dias, e pelo presidente do PTB, José Carlos Martinez, que coordena sua campanha.
Antes disso, em Curitiba, Ciro criticou a proposta do adversário José Serra (PSDB), de criar uma Polícia Federal fardada para combater o crime organizado. O governo FHC encampou a idéia, criando uma guarda da PF em medida provisória. "É um equívoco grosseiro", disse o candidato a empresários em Curitiba.
Ele se disse a favor do aumento do número de policiais federais, mas defendeu que o crime organizado "só se combate com inteligência". Ciro afirmou que pretende construir, se eleito, presídios em regiões inóspitas, "onde a comunicação entre os presos não exista". Para ele, fardar parte dos policiais federais criaria um problema futuro "desastroso" em caso de reunificação.


Colaborou a Agência Folha, em Curitiba



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