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Assassinato faz Ciro cancelar comício em Foz
GABRIELA ATHIAS
ENVIADA ESPECIAL A FOZ DO IGUAÇU
Um rapaz de 21 um anos foi assassinado com dois tiros ontem à
noite no comício do candidato à
Presidência da República, Ciro
Gomes (PPS), em Foz do Iguaçu
(PR). O fato ocorreu minutos antes de o presidenciável subir no
palanque. A participação dele no
evento acabou sendo cancelada.
"Ele [Ciro" cancelou os discursos em respeito à família da vítima", disse Wilmar Andreola, um
dos coordenadores do comício
em Foz do Iguaçu. A assessoria
informou que o candidato do PPS
seguiria imediatamente para Fortaleza. Apesar disso, o show da
dupla Gian e Giovani, previsto para começar logo após os discursos, foi mantido.
A primeira versão sobre o assassinato de Valdir Pereira Ribeiro,
fornecida pelos organizadores do
comício, é a de que ele foi vítima
de "briga de rua sem conotação
política" com um morador da favela Marinha, localizada a poucos
metros de onde o comício estava
sendo realizado.
Os tiros foram disparados por
volta das 21h30, durante a apresentação de uma banda que tocava para cerca de 5.000 pessoas (segundo a estimativa da Polícia Militar) que aguardavam a chegada
do presidenciável.
O corpo de Valdir foi levado para o salão onde estava Ciro Gomes
e sua comitiva e de lá transportado pelo Corpo de Bombeiros para
a Santa Casa. O autor dos disparos correu em direção à favela,
carregando a arma próximo ao
abdômen.
No final da noite, um investigador da polícia, que não quis se
identificar, disse que o rapaz morto era vendedor de uma loja de
roupa. Ainda segundo o policial, a
vítima já havia cumprido pena
por assalto à mão armada, tendo
sido libertado em março de 2000.
Ciro estava acompanhado pelo
candidato ao governo pelo PDT,
Álvaro Dias, e pelo presidente do
PTB, José Carlos Martinez, que
coordena sua campanha.
Antes disso, em Curitiba, Ciro
criticou a proposta do adversário
José Serra (PSDB), de criar uma
Polícia Federal fardada para combater o crime organizado. O governo FHC encampou a idéia,
criando uma guarda da PF em
medida provisória. "É um equívoco grosseiro", disse o candidato
a empresários em Curitiba.
Ele se disse a favor do aumento
do número de policiais federais,
mas defendeu que o crime organizado "só se combate com inteligência". Ciro afirmou que pretende construir, se eleito, presídios
em regiões inóspitas, "onde a comunicação entre os presos não
exista". Para ele, fardar parte dos
policiais federais criaria um problema futuro "desastroso" em caso de reunificação.
Colaborou a Agência Folha, em Curitiba
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