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CAMPANHA
Para igrejas tradicionais, evangelização de campanha é erro de estratégia; pentecostais apóiam a escolha
Tática de Garotinho divide evangélicos
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
A estratégia do presidenciável
Anthony Garotinho (PSB) de investir na evangelização de sua
campanha para melhorar a posição nas pesquisas dividiu o próprio segmento evangélico.
As chamadas igrejas tradicionais, entre as quais a Presbiteriana, da qual faz parte o próprio Garotinho, consideram um erro de
estratégia. As pentecostais, porém, apóiam o novo rumo da
campanha.
"A minha avaliação sincera é a
de que ele não pode ser candidato
de um segmento só. Considero isso uma falha estratégica. Naturalmente, o discurso de um candidato a presidente deve ser para todos os brasileiros, católicos, umbandistas, espíritas, ateus", afirmou o reverendo Guilhermino
Cunha, vice-presidente da Igreja
Presbiteriana do Brasil, que reúne
600 mil fiéis no país.
O pastor Nilson Fanini, presidente da Convenção Batista Brasileira, também do ramo tradicional, disse que falta a Garotinho ter
um "discurso mais abrangente".
"Às vezes, ele dá mais uma de
pastor do que de político. O discurso tinha que atingir os católicos, os espíritas, porque o presidente não é presidente de apenas
um segmento religioso, mas de
todos os brasileiros, independentemente do credo", avaliou.
O pastor Roberto de Lucena,
presidente da Igreja Brasil para
Cristo, pentecostal, concorda
com a estratégia de Garotinho.
"Se nós, evangélicos, nos unirmos, o colocamos no segundo
turno", afirma.
O pastor Silas Malafaya, da
Convenção Geral das Assembléias de Deus, pentecostal, ataca
a imprensa, que diz estar sendo
"descaradamente" discriminatória em relação à candidatura do
ex-governador. "Quanto mais a
imprensa pilhar o Garotinho, mas
ele vai crescer entre os evangélicos. Quanto mais derem cacetada
nele, mais forte ele ficará."
Ontem, no programa na "Paz
do Senhor de Coração", da rádio
evangélica Melodia, Garotinho
pediu novamente que orem por
ele amanhã, no chamado Dia de
Oração. O evento é organizado
pelo movimento "Fé no Brasil",
que congrega 14 denominações
evangélicas favoráveis ao presidenciável. A idéia é fazer com que
evangélicos de todo o país dediquem cinco minutos de "clamor"
no culto ao candidato. Alguns
pastores, como o deputado Bispo
Rodrigues (PL-RJ), vêem no ato
uma resposta ao PSB, que, segundo ele, "abandonou" Garotinho.
Colaborou ANTÔNIO GOIS, da Sucursal
do Rio
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