São Paulo, quinta-feira, 27 de julho de 2006

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PAINEL

Renata Lo Prete @ - painel@uol.com.br

Exame de sangue

O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), sub-relator de sistematização da CPI dos Sanguessugas, trabalha juntamente com oito técnicos numa complicada planilha, espécie de teste de múltipla escolha aplicado a todos os parlamentares acusados de envolvimento no escândalo das ambulâncias.
Foram elaborados oito quesitos para medir o grau de participação no esquema. Quem se encaixar em todos ou na maioria será apontado no relatório final como comprovadamente envolvido na fraude. Com a planilha, a CPI espera abrir mão da quebra dos sigilos dos acusados, considerada pela maioria da comissão demorada e pouco eficaz para comprovar pagamentos recebidos em espécie por parlamentares.

Play. Uma das missões mais exaustivas da CPI em dias de recesso branco tem sido ouvir todos os áudios das conversas grampeadas pela Polícia Federal no início da investigação dos sanguessugas e compará-los com as transcrições.

Gogó. Heloísa Helena ganhou literalmente no grito a convocação de Luiz Antonio Vedoin. Graças à insistência da candidata do PSOL à Presidência, o dono da Planam, que já depôs durante nove dias, deverá ser ouvido pela Polícia Federal em sessão secreta.

Castigo. Já José Airton Cirilo, acusado de operar o esquema dos sanguessugas dentro do Ministério da Saúde, não deve escapar de um depoimento "como manda o figurino" na CPI, com direito a transmissão ao vivo de TV.

Carne queimada. Não é só na CPI. Também no governo já se formou a convicção de que o caso de Cirilo é grave.

Transfusão. Pichação nos muros de Brasília Teimosa, bairro do Recife transformado em símbolo do Fome Zero pelo presidente: "Lula e Humberto: chapa puro-sangue".

Road show 1. Márcio Thomaz Bastos inicia hoje, em Porto Alegre, uma programação que o levará a vários Estados para assinar a liberação de recursos do Fundo Penitenciário. Antes, o ministro da Justiça encomendou estudo para saber o que pode e o que não pode fazer nesses eventos à luz da Lei Eleitoral.

Road show 2. O ministro pode repassar os recursos -o Fundo Penitenciário é um dos poucos passíveis de liberação durante o período eleitoral. Mas os eventos não podem caracterizar campanha nem do governo federal, nem do estadual. Difícil.

Fashion. José de Filippi Jr., tesoureiro da campanha de Lula, tem circulado em Brasília com uma pasta vermelha, para fugir do modelo preto, sinônimo de corrupção em tempos pós-mensalão.

Limão. Depois da complicada visita a Roseana Sarney (PFL), Geraldo Alckmin deve enfrentar nova saia-justa. O tucano vai ao Espírito Santo, onde o governador Paulo Hartung (PMDB), favorito à reeleição, está coligado ao PSDB, mas é lulista de carteirinha.

Contorcionismo. Apoiado por Renan Calheiros (PMDB), o candidato tucano ao governo de Alagoas, Teotonio Vilela, achou um jeito de não perder o voto lulista: enquanto faz campanha para Alckmin, seu candidato a vice, Wanderley Neto, trabalha pela reeleição do petista.

Tampão. Na falta do programa de governo, as campanhas de Lula e Alckmin estão usando os discursos dos candidatos como se fossem propostas nos sites. O PSDB chega a dividir em temas a fala do presidenciável da convenção.

Visita à Folha. Milu Villela, presidente do Faça Parte -Instituto Brasil Voluntário, visitou ontem a Folha, onde apresentou o plano de metas do movimento "Compromisso Todos Pela Educação". Estava acompanhada de Ricardo Voltolini, consultor de comunicação da Oficioplus.

Tiroteio

ACM é um guardião que não guarda a própria casa. Ou ele vai dizer que não sabia que o sobrinho era sanguessuga?


Do deputado GEDDEL VIEIRA LIMA (PMDB-BA), sobre seu adversário Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), que em discurso se declarou "guardião da moralidade". Um sobrinho do senador está na lista dos sanguessugas.

Contraponto

Fiel à tradição

O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), um dos sub-relatores da CPI dos Sanguessugas, tentava na terça adiar um vôo para Minas, onde participaria do aniversário do município de São Tiago. Conversando com jornalistas e outros membros da comissão, contou que, pela tradição da festa, depois da procissão as pessoas fazem fila para colocar um chapéu alusivo ao santo que dá nome à cidade.
-São Tiago é o único que usa chapéu. Lá se acredita que quem usa esse chapéu chega à Presidência -, disse.
Após citar Juscelino Kubitschek e Tancredo Neves, que sempre participavam da comemoração, ele completou:
-O Aécio adora colocar o chapéu. Todo ano ele está lá.


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