São Paulo, segunda-feira, 27 de julho de 2009

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NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

Conveniente e histórico

Na manchete do "Jornal da Band" de sábado, "Brasil e Paraguai assinam acordo histórico sobre energia de Itaipu". Nos enunciados da agência France Presse à BBC, sem aspas, "histórico". Foi o adjetivo usado por Lula, ao anunciar o acordo ao lado do presidente do Paraguai, Fernando Lugo.
A BBC, além da notícia, produziu longa análise para entender "por que o Brasil abriu caminho" ao vizinho, sublinhando que a decisão "marca uma mudança nas relações" de ambos e na região. Sugere que, mais do que a "simpatia pessoal" que aproxima Lula de Lugo, o acordo "tem a ver com a nova concepção de liderança do Brasil", para o qual não seria mais "conveniente" um vizinho tão pobre.

SEM EFEITO IMEDIATO
O "Jornal Nacional" deu no final da escalada, sublinhando que, "mesmo tendo assinado uma declaração sem efeito imediato, os presidentes Lula e Fernando Lugo comemoraram". E que "parte das concessões feitas ao Paraguai depende da aprovação do Congresso Nacional".

MUITO BARULHO
No mesmo tom, o jornal "ABC Color", de Assunção, ressaltou ontem que o acordo "deve ser posto a consideração do Congresso" do Paraguai, sob a manchete "Muito triunfalismo e poucos resultados sobre Itaipu".
No longo editorial, "Muito barulho por nada".

O QUE DIZEM OS MILITARES
Hillary Clinton, secretária de Estado dos EUA, e Manuel Zelaya atravessaram o fim de semana nas agências trocando acusações de imprudência e omissão, respectivamente, na novela em Honduras.
A home page do "Miami Herald", que desde o princípio se postou ao lado do golpe, dizia ontem que o Departamento de Estado espera Zelaya em Washington para mais negociação, amanhã, mas o próprio presidente deposto garante nem ter sido chamado.
Avesso ao teatro político, o "New York Times" destacou ontem que os "militares hondurenhos apoiam plano sobre Zelaya", em comunicado afirmando que não se oporiam a um acordo para sua volta ao poder.

TODOS AOS EMERGENTES
O Valor Online postou no final da sexta-feira que os "fundos de emergentes captaram US$ 2,6 bilhões", elevando o saldo acumulado no ano para US$ 32 bilhões, com destaque para os Brics.
Nas agências, também fechando a semana, o bilionário americano Sam Zell surgiu nos enunciados priorizando investir no mercado imobiliário do Brasil, "conforme os juros em recorde de baixa aceleram o crescimento da maior economia da América Latina".
Também o "hedge fund" Traxis Partners, de Nova York, saiu falando que prioriza o "poder crescente" dos Brics.
E ontem à noite o "Financial Times" adiantou no site a reportagem "Emergentes em corrida para o lançamento de títulos", que já estaria no maior nível desde o início dos levantamentos, em 1962.

TODOS AO PERU
O "FT" fechou a semana postando, na coluna Lex, o conselho "Esqueça a fervente China e o borbulhante Brasil". Segundo o jornal, "a Bolsa com o melhor desempenho do mundo, na verdade, é do Peru". Acumula alta de 104% no ano e nem a "intranquilidade política" abala seu ritmo. As taxas de juros foram "retalhadas" e os minérios dominam o mercado local.

EMERGENTES, NÃO
Por outro lado, a coluna O Investidor Inteligente, sábado no "Wall Street Journal", abordou a "verdade fria" que se esconderia atrás da "cortina dos emergentes". Em suma, "crescimento econômico não garante altos retornos em ações". E agora a relação vem sendo inversa, no confronto de Brics e desenvolvidos, segundo um professor da London Business School.

AQUECIMENTO GLOBAL

Damon Winter/nytimes.com
A capa do "NYT" de sábado abriu a foto acima para alertar que o aquecimento global estaria tornando a Amazônia "mais seca e quente", afetando a tribo Kamayurá, que "por séculos" contou com peixes como fonte de proteína e agora passa fome, no Parque Nacional do Xingu.

LEILÃO 2010
O "Valor" deu três semanas atrás que o PT havia procurado "a equipe de comunicação de Obama". A "Veja" informou depois que "a equipe do marqueteiro João Santana negocia um contrato com a Blue State Digital", que desenhou a campanha democrata na web.
E a coluna Painel noticiou ontem na Folha que "fracassaram as conversas da equipe de Luiz González, marqueteiro do PSDB", com a mesma Blue State. Assim, "sobra no jogo" só a campanha petista. E a consultoria americana vem ao país no mês que vem para fechar negócio.


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@ - Nelson de Sá


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