RICARDO GALHARDO
da Reportagem Local

O presidente e candidato à reeleição Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse ontem que as pessoas contrárias à privatização do Sistema Telebrás são "retrógradas, que pensam que o Brasil ainda está em 1950".
Segundo ele, os usuários são favoráveis à privatização, marcada para quarta-feira.
As declarações foram feitas após a cerimônia de formatura dos 3.480 alunos da segunda turma do Programa de Educação Profissional de Qualificação e Requalificação. O curso é fruto de um convênio entre o Ministério do Trabalho e a Força Sindical.
Embora tenha comparecido na condição de presidente, FHC não evitou o clima de campanha.
Cerca de 300 pessoas, segundo a Polícia Militar, se aglomeraram na frente do Palácio dos Trabalhadores, local da cerimônia, no bairro da Liberdade, em São Paulo, carregando bandeiras e entoando slogans a favor do governador licenciado e candidato à reeleição Mário Covas (PSDB) e ofensivos ao candidato do PPB, Paulo Maluf.
Já os correligionários de Maluf se limitaram a espalhar dezenas de faixas de apoio a FHC, para evitar confrontos.
Maluf e Covas apóiam a reeleição do presidente, mas são adversários na disputa estadual.
A cerimônia demonstrou ainda outras dificuldades que FHC terá ao fazer campanha nos Estados onde tem o apoio de mais de um candidato a governador, como São Paulo.
Maluf e Covas não compareceram, mas seus vices, o deputado federal e ex-ministro de Assuntos Políticos Luiz Carlos Santos (PFL) e Geraldo Alckmin (PSDB), este na condição de governador em exercício, estiveram presentes.
Em seu discurso, FHC defendeu a implementação de convênios para requalificação profissional.
"Segundo pesquisas, o número de vagas para quem tem qualificação está aumentando", afirmou, sem especificar de onde coletou o dado. FHC também abriu a possibilidade de convênios semelhantes com sindicatos ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores), e que apóiam seu adversário Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Fui ao ABC. Lá eu não fui tão bem recebido quanto aqui, mas consegui mostrar a necessidade da requalificação. Esses convênios estão abertos para todos os sindicatos, independente de cor partidária." Após a cerimônia, FHC visitou a governadora licenciada do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), que se recupera de duas cirurgias em seu apartamento em São Paulo, e o escritor Antonio Candido.



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