São Paulo, terça-feira, 27 de agosto de 2002

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Em 95, ACM fez previsão de uso político por FHC

DA SUCURSAL DO RIO

Quando FHC assumiu o governo, em janeiro de 95, havia 47 rádios e 20 TVs educativas no país, segundo o cadastro oficial do Ministério das Comunicações de dezembro de 94, obtido, na época, pela Folha. No final do mês passado, pelo cadastro atual, existiam 286 rádios e 138 TVs educativas.
O saldo, nesses sete anos e meio de governo, é o seguinte: FHC vendeu 37 concessões para TV, 107 concessões de rádios AM e 395 rádios FM comerciais por meio de licitação pública e distribuiu 118 concessões de TV e 239 rádios FM educativas, sem licitação. Somando, chega-se a 539 concessões vendidas para 357 distribuídas segundo decisão do governo.
O ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que chefiou o Ministério das Comunicações no governo Sarney, previu, em 95, que Fernando Henrique também acabaria por usar TVs como moeda política.
Sentindo-se atingido pela afirmação do presidente de que iria acabar com o balcão de negócios na radiodifusão, ACM fez uma declaração que está se revelando profética: "Ele vai fazer exatamente o que eu fiz. Vai escolher politicamente, eu repito, vai escolher da mesma maneira e quem viver verá que ele vai escolher politicamente, seja por leilão ou por qualquer outra maneira".
ACM, no início do governo Sarney, havia prometido o mesmo que FHC. Ele constituiu um grupo de trabalho para investigar 138 concessões autorizadas de outubro de 84 a março de 85 e acusou Figueiredo de ter feito "um festival de concessões" em favor de políticos do PDS que apoiaram Paulo Maluf contra Tancredo Neves na eleição indireta para a Presidência, em janeiro de 85.
Ele não cumpriu a promessa de anular as concessões do final do período Figueiredo e acabou por distribuir número ainda maior de concessões. Das 958 autorizadas nos cinco anos do governo, 165 ficaram com parlamentares constituintes.


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