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Em 95, ACM fez previsão de uso político por FHC
DA SUCURSAL DO RIO
Quando FHC assumiu o
governo, em janeiro de 95,
havia 47 rádios e 20 TVs
educativas no país, segundo
o cadastro oficial do Ministério das Comunicações de
dezembro de 94, obtido, na
época, pela Folha. No final
do mês passado, pelo cadastro atual, existiam 286 rádios
e 138 TVs educativas.
O saldo, nesses sete anos e
meio de governo, é o seguinte: FHC vendeu 37 concessões para TV, 107 concessões
de rádios AM e 395 rádios
FM comerciais por meio de
licitação pública e distribuiu
118 concessões de TV e 239
rádios FM educativas, sem
licitação. Somando, chega-se a 539 concessões vendidas
para 357 distribuídas segundo decisão do governo.
O ex-senador Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA),
que chefiou o Ministério das
Comunicações no governo
Sarney, previu, em 95, que
Fernando Henrique também acabaria por usar TVs
como moeda política.
Sentindo-se atingido pela
afirmação do presidente de
que iria acabar com o balcão
de negócios na radiodifusão,
ACM fez uma declaração
que está se revelando profética: "Ele vai fazer exatamente o que eu fiz. Vai escolher
politicamente, eu repito, vai
escolher da mesma maneira
e quem viver verá que ele vai
escolher politicamente, seja
por leilão ou por qualquer
outra maneira".
ACM, no início do governo Sarney, havia prometido
o mesmo que FHC. Ele constituiu um grupo de trabalho
para investigar 138 concessões autorizadas de outubro
de 84 a março de 85 e acusou
Figueiredo de ter feito "um
festival de concessões" em
favor de políticos do PDS
que apoiaram Paulo Maluf
contra Tancredo Neves na
eleição indireta para a Presidência, em janeiro de 85.
Ele não cumpriu a promessa de anular as concessões do final do período Figueiredo e acabou por distribuir número ainda maior de
concessões. Das 958 autorizadas nos cinco anos do governo, 165 ficaram com parlamentares constituintes.
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