|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TSE tira tempo de Serra e veta abertura do programa de Ciro
Tucano deve perder 2min do horário eleitoral; candidato do PPS terá de mudar início de propaganda
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) condenou o presidenciável
do PSDB, José Serra, à perda em
dobro do tempo usado no horário
eleitoral gratuito para veicular a
declaração em que Ciro chama de
"burro" um ouvinte de uma emissora de rádio na Bahia.
A decisão foi do ministro auxiliar Caputo Bastos atendendo a
pedido da coligação de Ciro Gomes (PPS). O TSE negou, porém,
ao candidato do PPS o direito de
resposta na propaganda eleitoral
do tucano. O plenário do TSE ainda examinará a questão.
Segundo a Folha apurou, Serra
deve perder 2 minutos do horário
eleitoral e cerca de 30 inserções.
Em outra decisão do tribunal, o
ministro auxiliar José Gerardo
Grossi proibiu Ciro, por meio de
liminar, de abrir o seu programa
com a frase: "Os golpes baixos
acabam aqui". O recurso foi utilizado no último sábado, repetido
no domingo. O bloco de Ciro veio
logo depois do de Serra.
Em uma terceira decisão, Grossi
negou liminar que -sem especificar conteúdo- impediria Serra
de usar declarações de Ciro, porque entendeu que seria censura
prévia. O pedido foi feito com base no trecho da propaganda de
Serra que confronta declaração de
Ciro em que o candidato do PPS
diz que sempre estudou em escola
pública.
Recurso de Serra
No caso do episódio da resposta
de Ciro ao ouvinte da rádio da Bahia, o advogado de Serra, Eduardo Alckmin, disse que recorreria
ainda ontem da decisão ao plenário do TSE, que se reunirá hoje e
quinta-feira.
Desde o dia 22, já estava em vigor uma liminar, de Caputo Bastos, proibindo a veiculação da resposta de Ciro a ouvinte da rádio
baiana na propaganda de Serra, a
pedido da Coligação Frente Trabalhista. Ontem, Bastos julgou o
mérito da causa, cassando em dobro o tempo utilizado por Serra
para veicular a frase.
O ministro entendeu que a campanha tucana não poderia ter editado a entrevista à rádio e que, ao
veicular apenas a resposta, distorceu o contexto, prejudicando o
adversário. A perda do tempo
atinge também as inserções.
Ciro também havia pedido direito de resposta no programa de
Serra, mas o ministro considerou
que o caso não se tratava de ofensa à honra. O candidato não deverá recorrer da decisão.
Ataques a Ciro
Serra vai manter os ataques a Ciro no horário eleitoral da coligação Grande Aliança (PSDB-PMDB). Serra justifica a linha dos
programas argumentando que é
preciso discutir a coerência dos
candidatos. "Cada um pode alegar o que quiser. Estou discutindo
teses, idéias, coerências. Em uma
campanha eleitoral é preciso que
haja correspondência entre o que
se diz, o que se faz e o que se fez."
O que não vai haver no programa da Grande Aliança "é ataque
pessoal", assegurou Serra. "Nosso
programa vai continuar a transmitir essencialmente o que pensamos e mostrando o que e como
fazer", completou, após reunião à
tarde em seu comitê.
Texto Anterior: Aviação: Reunião sobre jatos da FAB está indefinida Próximo Texto: Sucessão no Campo: Presidenciáveis condenam invasão de terra pelo MST Índice
|