São Paulo, terça-feira, 27 de agosto de 2002

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TSE tira tempo de Serra e veta abertura do programa de Ciro

Tucano deve perder 2min do horário eleitoral; candidato do PPS terá de mudar início de propaganda

SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) condenou o presidenciável do PSDB, José Serra, à perda em dobro do tempo usado no horário eleitoral gratuito para veicular a declaração em que Ciro chama de "burro" um ouvinte de uma emissora de rádio na Bahia.
A decisão foi do ministro auxiliar Caputo Bastos atendendo a pedido da coligação de Ciro Gomes (PPS). O TSE negou, porém, ao candidato do PPS o direito de resposta na propaganda eleitoral do tucano. O plenário do TSE ainda examinará a questão.
Segundo a Folha apurou, Serra deve perder 2 minutos do horário eleitoral e cerca de 30 inserções.
Em outra decisão do tribunal, o ministro auxiliar José Gerardo Grossi proibiu Ciro, por meio de liminar, de abrir o seu programa com a frase: "Os golpes baixos acabam aqui". O recurso foi utilizado no último sábado, repetido no domingo. O bloco de Ciro veio logo depois do de Serra.
Em uma terceira decisão, Grossi negou liminar que -sem especificar conteúdo- impediria Serra de usar declarações de Ciro, porque entendeu que seria censura prévia. O pedido foi feito com base no trecho da propaganda de Serra que confronta declaração de Ciro em que o candidato do PPS diz que sempre estudou em escola pública.

Recurso de Serra
No caso do episódio da resposta de Ciro ao ouvinte da rádio da Bahia, o advogado de Serra, Eduardo Alckmin, disse que recorreria ainda ontem da decisão ao plenário do TSE, que se reunirá hoje e quinta-feira.
Desde o dia 22, já estava em vigor uma liminar, de Caputo Bastos, proibindo a veiculação da resposta de Ciro a ouvinte da rádio baiana na propaganda de Serra, a pedido da Coligação Frente Trabalhista. Ontem, Bastos julgou o mérito da causa, cassando em dobro o tempo utilizado por Serra para veicular a frase.
O ministro entendeu que a campanha tucana não poderia ter editado a entrevista à rádio e que, ao veicular apenas a resposta, distorceu o contexto, prejudicando o adversário. A perda do tempo atinge também as inserções.
Ciro também havia pedido direito de resposta no programa de Serra, mas o ministro considerou que o caso não se tratava de ofensa à honra. O candidato não deverá recorrer da decisão.

Ataques a Ciro
Serra vai manter os ataques a Ciro no horário eleitoral da coligação Grande Aliança (PSDB-PMDB). Serra justifica a linha dos programas argumentando que é preciso discutir a coerência dos candidatos. "Cada um pode alegar o que quiser. Estou discutindo teses, idéias, coerências. Em uma campanha eleitoral é preciso que haja correspondência entre o que se diz, o que se faz e o que se fez."
O que não vai haver no programa da Grande Aliança "é ataque pessoal", assegurou Serra. "Nosso programa vai continuar a transmitir essencialmente o que pensamos e mostrando o que e como fazer", completou, após reunião à tarde em seu comitê.



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