São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO

Kassab se "apropria" de obra alheia, diz Marta

Petista sinaliza tentativa de polarizar com prefeito, que, segundo avaliação do PT, seria mais facilmente derrotado no 2º turno

Após diminuir diferença em relação a Alckmin para dez pontos percentuais, Kassab tem estimulado polarização com críticas à ex-prefeita


RANIER BRAGON
EM SÃO PAULO

Ao acusar ontem o prefeito Gilberto Kassab (DEM) de se "apropriar" de obras alheias e de ter "planejado" as escolas de lata, a candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, sinalizou que deve alimentar daqui pra frente a polarização que há semanas vem sendo estimulada pelo prefeito.
Tendo diminuído na última pesquisa Datafolha à metade a distância que o separa de Geraldo Alckmin (PSDB) -de 21 pontos percentuais para 10-, Kassab é visto por muitos petistas como o adversário "ideal" de Marta no segundo turno.
Ela lidera, com 41%. Alckmin tem 24%; Kassab, 14%.
O raciocínio do PT lembra a taxa de rejeição -a de Kassab é de 32%, o dobro da de Alckmin- e a simulação de segundo turno: o Datafolha indica que hoje Marta venceria Kassab com folga de 20 pontos. Contra Alckmin, há empate técnico.
Nas últimas semanas, Marta vinha se negando a responder aos ataques do prefeito, diferentemente do que ocorreu ontem: "Ele se apropria de obras dos outros", disse, em relação à afirmação de Kassab de que fez dois hospitais. "As escolas de lata foram construídas todinhas na gestão do [Celso] Pitta, da qual o Kassab era o secretário de Planejamento. (...) Ele [Kassab] planejou as escolas."
Kassab tem repetido em seu programa que acabou com essas escolas -que esquentavam demais no verão-, embora não seja essa toda a história. Das 51 escolas de lata que existiam no início da atual gestão, 44 foram substituídas quando o prefeito ainda era José Serra (PSDB). Kassab era o vice.
"Marta deixou para Kassab 75 mil crianças estudando em salas de lata", diz a assessoria da campanha do DEM.
As declarações de Marta foram feitas após palestra a empresários do comércio. No discurso, ao falar dos camelôs ela disse que o contrabando deve ser banido com "violência".
"Tem que ser banido da cidade com muita violência." Assessores afirmaram depois que Marta não se referiu a violência física, mas a "rigor".


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