São Paulo, quarta-feira, 27 de setembro de 2006

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Painel

Renata Lo Prete - painel@uol.com.br

É nosso

Alheios às especulações sobre se Lula vai ou não ao debate da Rede Globo, a ser realizado no Rio de Janeiro, os organizadores do comício de encerramento da campanha, em São Bernardo do Campo, dão como certa a presença do presidente, também amanhã à noite, no palanque da cidade-berço do PT e da CUT.
"Não tem possibilidade de o Lula não ir ao comício", decreta João Felício, coordenador de mobilização da campanha nacional. O "aquecimento" para o evento inclui uma carreata que partirá da capital paulista e várias caravanas com saída de outras cidades do ABC. A panfletagem nas portas de fábrica, intensificada desde o início da semana, é feita com material que promete a participação do presidente-candidato.

Meio a meio. Ontem, as chances de Lula comparecer ao debate da Globo estavam na casa dos 50%. Nem mais nem menos do que isso.

Tintim... O comando de campanha de Lula pediu aos diretórios estaduais relatório "minucioso" dos debates de governador realizados ontem em todo o país, com atenção para ataques ao presidente.

...por tintim. Os dados servirão para definir os palanques em que Lula subirá no segundo turno. Rebeldes serão tratados a pão e água.

Dois pesos. Comentário ouvido entre ministros do TSE sobre a conclusão da Polícia Federal de que não houve grampo no tribunal, e sim engano de quem fez a varredura: "Bem que a PF podia ser ágil assim para revelar a origem do dinheiro do dossiê".

Progressão. Do deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA): "Primeiro, houve a "delação premiada" feita pelos Vedoin; depois, a "delação remunerada" envolvendo o PT e os donos da Planan; finalmente, a "delação companheira" de Lula, que entregou Berzoini para salvar a própria cabeça.

Mesmo barco. O deputado Campos Machado, principal liderança do PTB em São Paulo, anuncia apoio a Roberto Jefferson, que ontem comunicou ao TSE sua decisão de reassumir a presidência do partido, da qual estava afastado desde a crise do mensalão.

Consorte. O ministro Paulo Bernardo (Planejamento) tirou férias para ajudar a campanha da mulher, Gleisi Hoffmann (PT-PR), ao Senado. Está percorrendo o interior e se reunindo com prefeitos.

Virou. O engajamento de Roberto Requião e de Paulo Bernardo atraiu apoios para a petista. O deputado Odílio Balbinotti (PMDB) trocou seu material de campanha, que incluía Álvaro Dias (PSDB), líder nas pesquisas, a fim de pedir votos para Gleisi.

Luz vermelha. O PC do B amarga crise nas suas candidaturas ao Senado com chances de vitória. A sigla viu "erro grave" na representação de Jandira Feghali contra o cardeal-arcebispo do Rio, d. Eusébio Scheid. No Ceará, Inácio Arruda empata com Moroni Torgan (PFL), apesar do apoio de Lula e Ciro Gomes.

De volta 1. O Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) prevê 43% de renovação da Câmara na eleição deste domingo. O índice, considerado baixo, é semelhante ao de 1998.

De volta 2. Antônio Augusto de Queiroz, diretor de documentação do Diap, aponta três fatores para a baixa renovação esperada: a) mudanças na lei restringindo a visibilidade dos candidatos; b) ausência de bons nomes novos; c) vantagem comparativa de quem disputa no cargo.

Favoritos. Apoiadora de uma dezena de candidatos a deputado em SP, Marta Suplicy gravou depoimento declarando voto em Jilmar Tatto (federal) e Rui Falcão (estadual). Peruas dos dois petistas divulgam em alto e bom som a mensagem da ex-prefeita.

Tiroteio

"Aldo corre o risco de ganhar o título de maior produtor de frases desencontradas da República. Por seu raciocínio, só vale o voto em Lula. Os demais seriam fruto de golpismo."
Do cientista político RUBENS FIGUEIREDO sobre o presidente da Câmara, que acusou os adversários de tentar levar a eleição presidencial para o segundo turno "independente da vontade do eleitor".

Contraponto

Exílio

Na série de discursos inflamados contra Lula durante evento da campanha de Geraldo Alckmin anteontem num clube da capital paulista, o candidato a vice na chapa tucano-pefelista, José Jorge, sugeriu aos militantes:
-Vamos mandar Lula de volta. Vamos mandar ele devolta, mas não para Pernambuco- disse o senador, referindo-se a seu Estado natal, o mesmo do presidente.
-A gente não quer ele em Pernambuco. Ele tem de vir para São Paulo. Vocês vão ter que agüentar ele aqui!
Diante de um "não" em coro, José Jorge arrematou:
-Então, meus amigos, vamos fazer assim: a gente fecha um acordo e manda Lula para a Paraíba!


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