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Ex-tesoureiro de Azeredo contesta PF e diz que não ficou em silêncio
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Tesoureiro da campanha
majoritária do PSDB de Minas
em 1998, Cláudio Mourão contesta o relatório da Polícia Federal entregue ao Supremo por
afirmar que ele adotou o "silêncio, prejudicando as investigações". "Dizer que ele adotou
postura de silêncio vai contra a
realidade dos fatos", disse Otávio Junqueira Caetano, advogado de Mourão.
A PF afirma que o silêncio sobre a chamada "Lista do Mourão" impediu avanços sobre o
conteúdo do documento, que
relaciona empresas públicas e
privadas das quais a campanha
à reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB)
supostamente recebeu dinheiro. A lista também cita nomes
de cerca de 150 políticos supostamente beneficiados.
O advogado disse que Mourão nunca se manteve em silêncio. "Por minha orientação, não
houve interposição de habeas
corpus preventivo, razão pela
qual, tanto na PF quanto no
Ministério Público Estadual,
bem como na CPI dos Correios,
os depoimentos foram prestados sob juramento, e meu
cliente não tinha direito de calar-se", disse Caetano.
Segundo o advogado, o ex-tesoureiro "reconhece a [sua] assinatura, mas não o conteúdo
do documento". A PF diz que a
lista é "autêntica" porque não
houve montagem e porque a assinatura é de Mourão.
Dos questionamentos sobre
a participação do ministro Walfrido dos Mares Guia, ele nada
acrescentou. Questionado se
Mourão se arrepende de ter sido tesoureiro ou se sente injustiçado, o advogado disse que
nem uma coisa e nem outra.
"Não há arrependimento e
também não se pode dizer que
ele se sente injustiçado. Cláudio Mourão considera que algumas dívidas de campanha
contraídas em nome dele são
de responsabilidade do PSDB,
alegação que inclusive foi feita
em todos os depoimentos."
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