São Paulo, quinta-feira, 27 de setembro de 2007

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Ex-tesoureiro de Azeredo contesta PF e diz que não ficou em silêncio

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Tesoureiro da campanha majoritária do PSDB de Minas em 1998, Cláudio Mourão contesta o relatório da Polícia Federal entregue ao Supremo por afirmar que ele adotou o "silêncio, prejudicando as investigações". "Dizer que ele adotou postura de silêncio vai contra a realidade dos fatos", disse Otávio Junqueira Caetano, advogado de Mourão.
A PF afirma que o silêncio sobre a chamada "Lista do Mourão" impediu avanços sobre o conteúdo do documento, que relaciona empresas públicas e privadas das quais a campanha à reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB) supostamente recebeu dinheiro. A lista também cita nomes de cerca de 150 políticos supostamente beneficiados.
O advogado disse que Mourão nunca se manteve em silêncio. "Por minha orientação, não houve interposição de habeas corpus preventivo, razão pela qual, tanto na PF quanto no Ministério Público Estadual, bem como na CPI dos Correios, os depoimentos foram prestados sob juramento, e meu cliente não tinha direito de calar-se", disse Caetano.
Segundo o advogado, o ex-tesoureiro "reconhece a [sua] assinatura, mas não o conteúdo do documento". A PF diz que a lista é "autêntica" porque não houve montagem e porque a assinatura é de Mourão.
Dos questionamentos sobre a participação do ministro Walfrido dos Mares Guia, ele nada acrescentou. Questionado se Mourão se arrepende de ter sido tesoureiro ou se sente injustiçado, o advogado disse que nem uma coisa e nem outra. "Não há arrependimento e também não se pode dizer que ele se sente injustiçado. Cláudio Mourão considera que algumas dívidas de campanha contraídas em nome dele são de responsabilidade do PSDB, alegação que inclusive foi feita em todos os depoimentos."


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