São Paulo, domingo, 27 de outubro de 2002

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PARÁ

Trabalho escravo é problema para próxima gestão

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

O candidato eleito governador do Pará, seja Maria do Carmo (PT), 41, ou Simão Jatene (PSDB), 53, terá à frente um Estado com 400 mil desempregados e recordista nacional em casos de trabalhadores escravos.
Ambos, durante a campanha, prometeram combater o problema, mas vão enfrentar um desafio que há anos os governantes no Estado enfrentam: os frequentes conflitos no campo que envolvem assassinatos, grilagem e contrabando de madeiras.
Na última pesquisa Ibope, divulgada ontem, o tucano aparece com 53% das preferências do eleitorado. Já a candidata petista está com 47%.
A disputa acirrada demonstrada pelas pesquisas eleitorais também revela que o governador eleito terá uma forte oposição -que ficará entre 45% e 49% do eleitorado no Estado.

Capital
Caso Maria do Carmo seja eleita no domingo, o PT ganha uma força e tanto no Estado pois já governa a capital -Belém- com o prefeito Edmilson Rodrigues (PT), desde 1996.
Jatene promete acabar com o que considera "rivalidade" entre a prefeitura petista de Belém e o governo tucano do Estado, caso seja eleito.
"Vou procurar o prefeito e sentarei na mesa com ele para conversar", disse o candidato.
Já Maria do Carmo promete romper com a linha de administração implantada há oito anos pelo governador reeleito Almir Gabriel (PSDB).
No âmbito político, tanto o PT quanto o PSDB terão como uma das primeiras tarefas no governo articular alianças com as bancadas estadual e federal do PMDB, presidido pelo ex-senador e deputado federal mais votado do Pará, Jader Barbalho, que não declarou apoio no segundo turno.
O PMDB elegeu seis deputados federais pelo Pará com um total de 700 mil votos e terá sete deputados na Assembléia Legislativa.
O filho de Jader, vereador Helder Barbalho (PMDB), elegeu-se o deputado estadual mais votado do Pará com 68 mil votos e ganhou força para presidir a Assembléia Legislativa.

Prioridades
Em seu plano de governo, Maria do Carmo se compromete com a "inversão de prioridades e a mudança do modelo de desenvolvimento, colocando a população como centro dos investimentos".
A principais críticas da candidata petista ao atual governo estão nas áreas de Saúde, onde Maria do Carmo pretende descentralizar o atendimento com a construção de cinco hospitais regionais de urgência e emergência no interior do Estado.
Na questão fundiária, ela promete regularizar 25 mil famílias por ano, combater a violência e a grilagem com a criação de um "Núcleo de Combate à Violência no Campo".

Produção
Já o candidato tucano, que centrou sua campanha no apoio que recebe do governador, propõe continuar a linha da atual administração e ampliar a produção no interior do Estado para resolver a questão do desemprego.
Jatene promete "municipalizar o desenvolvimento" no Estado e identificar em cada um dos 143 municípios paraenses as chamadas "âncoras de produção", dentro dos setores de turismo, mineração e agroindústria.
Em seu programa, Jatene afirma que irá "regionalizar o atendimento hospitalar de média e alta complexidade", atualmente concentrado em Belém.


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