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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ PUBLICIDADE
Marcos Vinícius Di Flora, que trabalhou na Secretaria de Comunicação do Governo, nega irregularidades em contratos de propaganda
Ex-secretário contesta auditoria do TCU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em depoimento à CPI dos Correios, o ex-secretário-adjunto da
Secom (Secretaria de Comunicação de Governo) Marcos Vinícius
Di Flora contestou auditoria do
TCU (Tribunal de Contas da
União) que apontou irregularidades na área de publicidade do governo e diz acreditar que o relatório, ainda não votado pelo plenário do tribunal, será arquivado.
O TCU cobra do publicitário
Duda Mendonça a devolução ao
erário de R$ 4,8 milhões por serviços pagos pela Presidência da República à sua agência, mas que
não teriam sido prestados ou que
tiveram preços acima dos praticados no mercado. Duda fez a campanha vitoriosa do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo Di Flora, principal assessor do ex-ministro Luiz Gushiken na época, os procedimentos
da Secom foram realizados dentro da legalidade. "Acredito que
esse relatório vai ser arquivado",
disse ele, ressaltando que o documento é preliminar e que a secretaria não teria sido ouvida pelo
tribunal.
O ex-secretário-adjunto da Secom justificou ainda o fato do Palácio do Planalto ter pago a gráficas preços de 45,3% a 203,82% superiores aos maiores valores cobrados no mercado. "Em serviço
gráfico a comparação de preço é
extremamente variada porque é
afetada pela sazonalidade", disse
Di Flora. Um exemplo de "sazonalidade" citado por ele foi a variação do preço do papel.
Questionado sobre telefonemas
trocados com o então tesoureiro
do PT Delúbio Soares, Di Flora
negou que falassem sobre arrecadação de recursos. "Delúbio não
tratava somente de tesouraria,
mas também da polêmica interna
do partido e de política de alianças", afirmou ele, que fez parte do
Diretório Nacional do PT de 1997
até a semana passada.
O ex-secretário-adjunto da Secom disse que só conheceu o publicitário Marcos Valério de Souza em abril de 2003, quando ele teria ido à secretaria se apresentar.
"Há quatro meses essa CPI está
esmiuçando as contas de Marcos
Valério e eu não apareci nem vou
aparecer como sacador ou beneficiário das contas deles", disse o
petista, que é de Belo Horizonte,
assim como o publicitário.
Di Flora confirmou ter ganho
uma caneta Mont Blanc de Marcos Valério, em 10 de junho de
2003, mas afirmou ter doado o
presente para o programa Fome
Zero. A CPI investiga se Valério
foi favorecido com contratos de
publicidade no governo em troca
de empréstimo de R$ 55 milhões
repassado ao PT.
(Fernanda Krakovics)
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