Prefeito segue para sua seção eleitoral em veículo que levou líderes do PSDB e PMDB, além de vereadores de partidos aliados

Quércia diz que o apoio do PMDB foi muito importante para a reeleição de Kassab; seu partido já dá certa uma secretaria na área social

FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL

O dia da reeleição do prefeito Gilberto Kassab (DEM) foi um resumo das suas amplas alianças eleitorais e apoios para o próximo mandato em São Paulo. Especialmente o "ônibus do Kassab", alugado pela campanha para levar convidados até o local de votação do prefeito.
Após um café da manhã em seu comitê, no centro de São Paulo, Kassab embarcou em um ônibus com secretários tucanos e do DEM, vereadores do PSDB e do "centrão", além do ex-governador Orestes Quércia, presidente estadual do PMDB. No caminho até o Colégio Santa Cruz, onde Kassab vota, o ônibus parou na casa do governador José Serra (PSDB), para também levá-lo ao colégio, no Alto de Pinheiros. Serra vota no mesmo local.
Ao caminhar até o ônibus, Kassab tirou o adesivo do personagem "kassabinho" da sua camisa e colou na do governador. Sorridente, Serra cumprimentou Quércia e entrou no ônibus, que andou mais cinco minutos até o Santa Cruz.
Pela manhã, ainda no comitê, Quércia disse que o apoio do PMDB foi "muito importante" para Kassab -e seus aliados já davam como certa uma secretaria na área social para a vice de Kassab, Alda Marco Antônio. Quércia disse que o maior vitorioso é Serra: "É uma vitória para o PMDB para 2010. Ele [Kassab] sai desta eleição com responsabilidade nacional. Ainda maior com a possibilidade de uma vitória arrasadora. O Serra foi muito "mineirinho". Soube ganhar as eleições".
Em outra roda, os vereadores do "centrão" conversavam sobre o futuro da administração. O grupo multipartidário e coeso reúne 20 vereadores de PR, PV, PTB, DEM, PP, PSB e PMDB, que atuam de forma decisiva na votação de projetos.
Estiveram no comitê o presidente da Câmara, Antonio Carlos Rodrigues (PR), além de nomes fortes do grupo, como Milton Leite (DEM), Goulart (PMDB), Adilson Amadeu (PTB) e Paulo Frange (PTB). Os dois últimos apoiaram a candidatura do tucano Geraldo Alckmin no primeiro turno (que concorreu coligado ao PTB) e agora estão com Kassab.
A expectativa do "centrão" é crescer ainda mais, aumentando o poder de negociação com o Executivo. "Estamos pescando", disse Milton Leite (DEM).
Questionado sobre quem seriam os novos alvos do "centrão", o vereador Goulart (PMDB) disse que não poderia responder, pois isso daria dicas a Kassab e a possibilidade de ele conversar com os novatos antes que aderissem ao "centrão".
Os dois vereadores tucanos que lideraram o apoio a Kassab, Gilberto Natalini e Ricardo Teixeira, também entraram no ônibus do Kassab. Com eles, o vereador eleito Claudio Fonseca (PPS).
Após votar no Santa Cruz, Kassab acompanhou sua vice até o colégio onde ela votava, nos Jardins. Depois disso, o prefeito se dirigiu para o apartamento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
A confiança de Kassab era tão grande que, ao lado do ex-presidente, ele falou em vitória horas antes do fim da votação: "No primeiro turno eleitoralmente não foi possível estarmos juntos, já que seu partido teve o seu candidato, o nosso ex-governador Geraldo Alckmin. Nesse segundo turno, o seu apoio, junto com o governador José Serra liderando o PSDB para que retomássemos a aliança eleitoral, foi muito importante para conseguirmos a vitória e para termos a continuidade desse governo", disse.


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