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São Paulo
Lula minimiza derrota de Marta e afirma ter saído ileso da eleição
Presidente diz que
é preciso separar as
coisas e que eleição
municipal não tem
influência
automática na
sucessão em 2010
"Quando um cidadão vota
para presidente, vota para
presidente; quando vota
para prefeito, vota para
prefeito; não tem ligação"
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizou ontem a
derrota da candidata Marta Suplicy (PT) à Prefeitura de São
Paulo. Pela manhã, antes mesmo do resultado das urnas, ele
afirmou que não discutiria a
campanha da petista, mas que
considerava uma vitória o fato
de a atual campanha ser marcada por uma ausência de críticas
ao governo federal.
"É a primeira campanha na
história do Brasil em que todos
os candidatos a prefeito, do PT
ao DEM, trabalharam favoravelmente ao governo. Ninguém
falou mal do governo nem do
presidente Lula. O candidato
do PSDB, do DEM ou de qualquer partido trabalhou com as
obras que o governo federal está realizando", declarou.
Lula votou ontem em São
Bernardo do Campo, região do
Grande ABC paulista, por volta
das 10h. Foi acompanhado pela
mulher, Marisa, e pelo neto
Thiago, 12, filho de Fábio Luís
Lula da Silva, o Lulinha.
O neto seguiu Lula até a urna
e digitou o número do candidato Luiz Marinho (PT) -a Justiça Eleitoral paulista informou
ontem que não recomenda a
atitude do presidente, mas que
só o mesário poderia se opor a
isso, o que não ocorreu.
Para o presidente, o resultado da atual disputa municipal
não passa pela eleição de 2010,
quando será escolhido o novo
presidente do Brasil.
"A eleição municipal não tem
incidência automática na de
2010. É preciso que a gente separe cada eleição. Quando um
cidadão vota para presidente da
República, ele vota para presidente da República. Quando
vota para prefeito, vota para
prefeito. Não tem essa ligação
direta", afirmou Lula, que disse
não acreditar na transferência
de votos -pelo menos, não sem
uma estratégia prévia.
Não é uma aparição na TV ou
um comício que conseguirá
transferir um apoio: "É preciso
se engajar na campanha", disse
Lula, que evitou comentar as
estratégias adotadas pela equipe petista em São Paulo.
"Não posso avaliar a campanha nem do Marinho nem da
Marta porque só vim aqui duas
vezes. Como vou avaliar a campanha se eles ficaram trabalhando durante todo dia, toda
semana? Primeiro temos que
esperar o resultado eleitoral,
depois avaliamos", disse.
O presidente afirmou que, a
partir de janeiro, irá se reunir
com os novos prefeitos, independentemente das filiações
partidárias, para orientá-los
em relação à continuidade das
obras do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento),
do governo federal, e convidá-los a se engajar em um pacto de
combate ao analfabetismo.
"O analfabetismo não será
extinto nem pelo presidente
nem pelos governadores, será
pelos prefeitos das cidades que
estão ali, com o pé na lama. É
preciso compactuar com os
prefeitos porque é inadmissível
que o Brasil ainda tenha analfabetos", afirmou o presidente.
FHC
Lula afirmou lamentar a declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
(PSDB), que, em entrevista à
revista "Época" desta semana,
associou o presidente petista a
uma política de "enganação".
"Eu lamento que ele esteja
torcendo para que a crise cause
aqui o estrago que está causando nos Estados Unidos", afirmou Lula, que entende não
existir nenhuma razão para o
Brasil ser vítima da crise: "Temos reservas e compulsório para irrigar o crédito do país. Obviamente que eu lamento profundamente que algumas pessoas estejam torcendo para o
Brasil não dar certo".
Corinthians
Depois de votar, Lula disse
que estava triplamente feliz.
Primeiro, pela vitória eleitoral
do governo federal, depois pelo
aniversário dele (hoje o presidente completa 63 anos) e, por
fim, pelo retorno do Corinthians à série especial do Campeonato Brasileiro. "Saudações
corintianas", repetiu várias vezes Lula, que aproveitou para
alfinetar os palmeirenses.
"A volta do Corinthians à divisão especial é a volta da alegria ao futebol brasileiro. Uma
coisa importante é o seguinte: a
gente foi para a segunda divisão
porque era um título que o Palmeiras tinha e a gente não tinha. Então a gente foi lá buscar
um igual e mais bonito ainda."
Na Escola Estadual João Firmino, em São Bernardo, onde
votou, Lula ganhou uma camiseta do São Paulo e uma bermuda do Corinthians.
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