São Paulo, terça-feira, 27 de outubro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fundação fechará devido a crise, diz Sarney

Segundo senador, entidade estaria em dificuldades financeiras depois que virou alvo de investigação por suspeita de desvio de verbas

Decisão ainda tem de passar pelo conselho curador da Fundação Sarney, como estabelece seu estatuto; presidente não comenta


Oswaldo Viviani/"Jornal Pequeno"
Busto de Sarney em corredor do Convento das Mercês, em São Luís, onde funciona a fundação

DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador José Sarney (PMDB-AP) afirmou ontem que o fechamento iminente da Fundação José Sarney tem como motivo uma crise financeira causada pelo afastamento dos principais colaboradores desde que a instituição virou alvo de investigação por suspeita de desvio de verba pública.
A decisão do presidente do Senado de fechar a fundação foi revelada ontem pela coluna Mônica Bergamo, na Folha.
"Explicito, com profundo sofrimento, que essa é a minha opinião [que a fundação deve ser fechada], em face da impossibilidade de seu funcionamento, por falta de meios, segundo fui informado pelos administradores da instituição", afirmou Sarney, em nota.
O senador fez a ressalva, porém, de que a decisão deverá passar ainda pelo crivo do conselho curador da fundação, como rege seu estatuto.
A fundação mantém acervo de documentos, obras de arte e livros do período em que o político ocupou a Presidência (1985-1990). São cerca de 220 mil documentos, 37 mil livros e 4.500 obras de arte. O futuro do material ainda é incerto, mas a intenção do senador é doá-los para outra instituição.
A fundação é acusada de desviar recursos de patrocínios culturais obtidos por meio da Lei Rouanet, de isenção fiscal, para empresas da família e de amigos. Em 2007, repassou parte da verba proveniente da Petrobras para a empresa de um dos diretores da entidade, Sidney Gonçalves Costa Leite, como mostrou a Folha.
Ligada à fundação, a Abom (Associação dos Amigos do Bom Menino das Mercês) fez o mesmo. Repassou R$ 130 mil que recebeu da Eletrobrás a empresa de uma ex-assessora de Roseana Sarney, Marizinha Raposo, e para as empresas de comunicação da própria família, conforme revelou a Folha.
O presidente da fundação, José Carlos Sousa Silva, afirmou que não comentaria a decisão do patrono. O diretor-executivo, Fernando Belfort, não foi encontrado.


Texto Anterior: Rival político de Chávez quer país no bloco
Próximo Texto: Comissão do Senado quer demissão de Zoghbi, acusado de usar laranja
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.