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Fundação fechará devido a crise, diz Sarney
Segundo senador, entidade estaria em dificuldades financeiras depois que virou alvo de investigação por suspeita de desvio de verbas
Decisão ainda tem de passar pelo conselho curador da Fundação Sarney, como estabelece seu estatuto; presidente não comenta
Oswaldo Viviani/"Jornal Pequeno"
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Busto de Sarney em corredor do Convento das Mercês, em São Luís, onde funciona a fundação
DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador José Sarney
(PMDB-AP) afirmou ontem
que o fechamento iminente da
Fundação José Sarney tem como motivo uma crise financeira causada pelo afastamento
dos principais colaboradores
desde que a instituição virou alvo de investigação por suspeita
de desvio de verba pública.
A decisão do presidente do
Senado de fechar a fundação foi
revelada ontem pela coluna
Mônica Bergamo, na Folha.
"Explicito, com profundo sofrimento, que essa é a minha
opinião [que a fundação deve
ser fechada], em face da impossibilidade de seu funcionamento, por falta de meios, segundo
fui informado pelos administradores da instituição", afirmou Sarney, em nota.
O senador fez a ressalva, porém, de que a decisão deverá
passar ainda pelo crivo do conselho curador da fundação, como rege seu estatuto.
A fundação mantém acervo
de documentos, obras de arte e
livros do período em que o político ocupou a Presidência
(1985-1990). São cerca de 220
mil documentos, 37 mil livros e
4.500 obras de arte. O futuro
do material ainda é incerto,
mas a intenção do senador é
doá-los para outra instituição.
A fundação é acusada de desviar recursos de patrocínios
culturais obtidos por meio da
Lei Rouanet, de isenção fiscal,
para empresas da família e de
amigos. Em 2007, repassou
parte da verba proveniente da
Petrobras para a empresa de
um dos diretores da entidade,
Sidney Gonçalves Costa Leite,
como mostrou a Folha.
Ligada à fundação, a Abom
(Associação dos Amigos do
Bom Menino das Mercês) fez o
mesmo. Repassou R$ 130 mil
que recebeu da Eletrobrás a
empresa de uma ex-assessora
de Roseana Sarney, Marizinha
Raposo, e para as empresas de
comunicação da própria família, conforme revelou a Folha.
O presidente da fundação,
José Carlos Sousa Silva, afirmou que não comentaria a decisão do patrono. O diretor-executivo, Fernando Belfort,
não foi encontrado.
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