São Paulo, terça-feira, 27 de novembro de 2007

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Em ruínas

copa2014.org.br
Cena da Fonte Nova no relatório sobre a Copa, do Sindicato da Arquitetura e da Engenharia

No blog Goal, do "New York Times", o estádio da Fonte Nova "foi o pior dos 29 avaliados" no relatório para a Copa, com o registro de que estava "em ruínas". O acidente "não é a melhor publicidade para o Brasil sediar a Copa", disse um dos engenheiros à Reuters. "O que encontramos foi pior que o esperado. Muitos estádios estão em estado absolutamente deplorável."
No título do despacho, "Acidente no Brasil expõe os estádios de futebol". Também na AP e France Presse, esta postada pelo Google, "Tragédia foca a atenção nos estádios inseguros do Brasil". Na italiana Ansa, "Imagem do Brasil para Copa é afetada por tragédia".
Por aqui, além do relatório dos tais engenheiros que então visavam à Copa, ecoaram as fotos do estudo.

DINHEIRO NOVO
O "Wall Street Journal" deu que, após o mexicano Carlos Slim, dois irmãos indianos estão perto de liderar o clube dos bilionários. Com US$ 100 bi quando somados, já estão à frente -e um deles estaria para passar, individualmente.
"Como aconteceu com o Reino Unido no século 19, os EUA podem logo se tornar "dinheiro velho" -aristocratas trêmulos no palco mundial assistindo aos jovens e mais ricos emergentes de Índia China e Brasil eclipsarem as suas fortunas", ironizou.

MESMA DIFERENÇA
Em artigo também citando Slim etc., o "Financial Times" deu que prossegue a "mesma diferença", no mundo. Ou melhor, os dados são pouco confiáveis, mas "a Inglaterra no século 17 era mais desigual que a Roma imperial, mas o Brasil moderno é ainda pior".

NO PRIMEIRO MUNDO
No site do "WSJ", a notícia do Produto Interno Bruto, que saiu por aqui, destacou "PIB per capita de Brasília está próximo do Primeiro Mundo". Só lá, em Brasília.

DOS EUA PARA A CHINA
O presidente francês, Nicholas Sarkozy, se faz de aliado dos EUA, mas foi à China e ganhou mais. Em destaque nos sites de "FT", "WSJ" e "NYT", mas principalmente nos estatais "Diário da China" e "Diário do Povo" e no francês "Le Figaro", a compra de 160 aviões da Airbus.
Mais importante e com maior atenção dos chineses e franceses, na cobertura, eles fecharam um acordo nuclear.

SUPOSTA MANIFESTAÇÃO
YouTube/Rede Globo
Uma das cenas que causaram a reação


Na "+ lida" da Folha Online, ontem, "Ministério Público investiga o programa de Jô Soares". É por entrevista com um autor português, que corre o YouTube há semanas e foi parar no Vi o Mundo, de Luiz Azenha -ainda hospedado no Globo.com, mas montando site.
Com fotos sobre "sexualidade através do penteado" na África e trechos tipo "o negro começa relacionamento sexual com garotas de 6, 7 anos", está sob investigação por "suposta manifestação de preconceito".

NEO-ABOLIÇÃO
O "Jornal Nacional" deu a discussão sobre o Estatuto da Igualdade Racial, em Brasília. Ouviu a ministra e opiniões diversas de líderes negros. Mas não se conteve e editou uma socióloga encerrando o assunto ao afirmar que, "para combater o racismo, é preciso antes abolir o critério e a idéia de raça". Nada de cotas, por exemplo, para atores na TV.
Em tempo, noticia Azenha em seu blog, a chapa contra as cotas na UFRS foi derrotada.

A PIOR CRISE
O descontrole ou "férias" da novela das oito coincidiu com a cobrança, pelo blog do autor Aguinaldo Silva, para Gilberto Gil tirar passaporte "talvez" da Nigéria ou Guiné, "de onde vieram os ancestrais dele".
Mas o problema é outro. "A Globo está enfrentando uma das piores, senão a pior crise da história de sua dramaturgia", avalia Ricardo Feltrin, no UOL, detalhando que a audiência de todas as novelas "está assustando".

ESQUECER
O correspondente da BBC, Gary Duffy, tratou ontem longamente do "passado doloroso" do Brasil, em que pouco se sabe de desaparecidos como Ana Kucinski. Seu irmão, Bernardo, diz que as famílias querem acesso pleno aos arquivos e à verdade. Mas Jarbas Passarinho, que foi "coronel e ministro na ditadura", diz que, com a Lei da Anistia, "o que nós queremos é esquecer, e não perdoar".


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@ - Nelson de Sá


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