DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O prefeito eleito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), financiou quase um quarto da sua campanha, tirando da própria conta bancária mais de R$ 4 milhões. Sua campanha gastou R$ 17,5 milhões para elegê-lo prefeito, na inusitada aliança que reuniu o governador tucano Aécio Neves e o prefeito petista Fernando Pimentel.
Lacerda, dono de um patrimônio declarado de R$ 55,5 milhões, é o prefeito mais rico entre os administradores eleitos nas cem principais cidades brasileiras. Em agosto, ele fez uma doação de R$ 50 mil para sua campanha e, a dois dias do segundo turno, doou mais R$ 4 milhões, conforme sua prestação de contas à Justiça Eleitoral.
O gasto total de Lacerda foi seis vezes e meio superior aos R$ 2,7 milhões despendidos pelo seu concorrente no segundo turno, Leonardo Quintão (PMDB). O peemedebista, dono de um patrimônio declarado de R$ 1,88 milhão, colocou R$ 82,8 mil de sua conta bancária na campanha, segundo as contas que prestou ao TRE-MG.
Dos R$ 17,5 milhões gastos por Lacerda, quase R$ 11 milhões foram doados pelo Comitê Financeiro Municipal para Prefeito PSB-MG-Belo Horizonte. Segundo o TRE, trata-se de um comitê criado pelo partido para arrecadar recursos. Essas contas, de acordo com a assessoria da Justiça Eleitoral, ainda estão sendo analisadas.
O empresário Eike Batista, da MMX Mineração, doou R$ 400 mil para a campanha de Lacerda, que também recebeu R$ 500 mil do diretório nacional do PSB. Cinco construtoras também doaram R$ 500 mil. A Gerdau doou R$ 300 mil e o Banco Itaú, R$ 225 mil.
O maior doador individual da campanha de Leonardo Quintão foi o diretório nacional do PMDB. Foram quatro doações que totalizaram R$ 1,47 milhão. Esse valor corresponde a 54% da receita da campanha do peemedebista. (PAULO PEIXOTO)


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