|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Incentivo fiscal opõe Dirceu e Palocci
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os ministros José Dirceu (Casa
Civil) e Antonio Palocci Filho (Fazenda) deram declarações diferentes a respeito do projeto de lei
do presidente do Senado, José
Sarney (PMDB-AP), que amplia
benefícios fiscais na região Norte.
A matéria foi incluída na pauta da
convocação extraordinária do
Congresso por Dirceu.
O titular da Casa Civil afirmou
ontem que a Fazenda não é contra
o projeto de lei de Sarney. Já Palocci disse que, apesar de estar
analisando com "bons olhos" o
proposta, vai "ver se o projeto é
adequado e buscar eventuais correções". Segundo o ministro, a
Receita Federal fez um estudo
contrário ao projeto porque ele
não atende as diretrizes da Lei de
Responsabilidade Fiscal e fere
acordos internacionais.
Palocci afirmou, porém, que é
importante incentivar determinadas regiões como resultado da política industrial do governo. "As
políticas não podem ser somente
nacionais", disse.
O ministro explicou que está
apenas esperando um chamado
do ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, para discutir o
assunto. "Temos toda a disposição para buscar uma solução para
a questão". Palocci explicou que
ainda não foi firmada uma posição de governo sobre o assunto.
Mas, ao mesmo tempo que comentou a proposta que beneficiará a região Norte, ele elogiou a região Centro-Oeste que deu um
"show de crescimento" em 2003
por causa do agronegócio. "É um
exemplo do Brasil ativo."
Grupo do contra
Deputados da base do governo,
no entanto, afirmam que o Ministério da Fazenda é contra o projeto, que contraria o esforço para
restringir a concessão de incentivos fiscais. As posições contrárias
à proposta na Câmara estão no
PSDB, na bancada paulista, na
própria base do governo e até na
bancada do Pará, que ficou de fora do projeto.
O projeto original apenas ampliava a concessão de benefícios
para a Área de Livre Comércio de
Macapá e Santana -reduto eleitoral de Sarney-, mas durante a
tramitação no Senado parte dos
incentivos da Zona Franca de Manaus foi estendida para todo o Estado do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima.
"O projeto está nas mãos do
Congresso. O projeto entrou na
pauta, estava na pauta anteriormente e o Congresso está discutindo", afirmou Dirceu.
Confrontado com argumentos
contrários à aprovação da matéria, o ministro se esquivou do assunto. "Qualquer coisa fala com o
Aldo Rebelo [da Secretaria de
Coordenação Política e Assuntos
Institucionais]. Sou responsável
pelas ações governamentais."
(FERNANDA KRAKOVICS)
Texto Anterior: Titular do social procura Palocci antes de Dirceu Próximo Texto: Ministro defende criação de 2.797 cargos na União Índice
|