CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Neste ano, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, vai pôr o pé na estrada, mais especificamente na BR-163. Na reunião do PSDB, anteontem, Alckmin falou animadamente do projeto de percorrer, num jipe, os cerca de 2.000 km de estrada entre Cuiabá e Santarém. A viagem deve ocorrer no fim de junho, segundo tucanos.
Ainda que sem oficializar uma candidatura à Presidência da República, seria o ponto de partida de uma agenda de viagem pelo país. O governador contou seus planos ao ser convidado pelo ex-deputado Antonio Feijão (AP) e pela secretária de Turismo, Fátima Pelaes, para uma visita ao Amapá. "Sou um caboclo avexado [apressado]. Diga logo quando começa sua campanha pelo Brasil", brincou Feijão.
Segundo ele, Alckmin pediu que marcasse a data, dizendo que visitaria o Amapá após a aventura por Mato Grosso e Pará, no fim de junho. É no "verão" nortista, entre junho e setembro, que a estrada está em melhores condições.
A fonte de inspiração de Alckmin está no ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga. No governo, Pimenta dedicou quatro dias à viagem, para inspeção na área de telefonia e correio. Segundo o chefe da Casa Civil, Arnaldo Madeira, Alckmin se entusiasmou ao ouvir a história. Ontem, o ex-ministro se surpreendeu ao saber do interesse do governador. "Fiquei encantado com a região e convencido da urgência da obra [construção da BR-163]".
Segundo Pimenta, dos 2.000 km, 900 não são asfaltados, o que faz da viagem uma "aventura". No Palácio dos Bandeirantes, Madeira é um dos que estimulam Alckmin a viajar mais. Independentemente do lançamento de candidatura, diz, seria uma maneira de apagar a idéia de que SP é adversário do resto do país. O secretário insiste que essa não seria viagem para campanha, "porque falta muito tempo até a eleição".


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