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Justiça cobra dívida de R$ 5,5 mi de suplente
Lobão Filho aparece como fiador de um empréstimo concedido pelo Banco do Nordeste à distribuidora de bebidas Bemar
Banco avalia que o suplente de senador pode ter que cobrir parte da dívida com bens pessoais; Lobão Filho diz que ex-sócio deve pagar
HUDSON CORRÊA
ENVIADO ESPECIAL A SÃO LUÍS
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O suplente de senador Edison Lobão Filho (DEM-MA)
está sendo executado na Justiça por uma dívida de R$ 5,5 milhões referente a um empréstimo concedido à Bemar Distribuidora de Bebidas.
Apesar de ter deixado formalmente o quadro social da
empresa em 1998, ele permanece como fiador do crédito
concedido pelo Banco do Nordeste. Lobão Filho tenta livrar-se da condição de fiador e chegou a ter uma vitória (liminar),
mas perdeu duas vezes no Tribunal de Justiça do Maranhão.
Segundo o BNB, o suplente
pode ter que cobrir parte da dívida com seus bens pessoais,
pois as garantias dadas na operação não devem ser suficientes para cobrir o saldo devedor.
Lobão Filho afirma que a dívida, contraída em 1997, deve
ser cobrada e paga pelo empresário Marco Antonio Costa
-segundo ele, seu verdadeiro
sócio na Bemar de 1996 a 1998.
Ele também culpa Costa pela
transferência das ações da Bemar para uma empregada doméstica, usada como laranja.
Em 1998, Lobão Filho saiu da
Bemar e suas ações foram
transferidas para a empregada
doméstica e outra sócia -ambas tiveram assinatura falsificada, diz a Polícia Federal. Ele
afirma ter documento no qual
Costa assume a responsabilidade pela transferência das ações
para laranjas. No mesmo papel,
segundo Lobão Filho, Costa assumiu as dívidas da Bemar, inclusive a do Banco do Nordeste.
A Bemar conseguiu uma decisão da Justiça de Campo
Maior (PI) em 2004 para substituir 28.820 caixas de cerveja
Schincariol por uma fazenda de
19,8 mil hectares, na Bahia, como garantia de pagamento ao
BNB. Localizada em Sento Sé
(BA), a propriedade vale, segundo a Bemar informou à Justiça em 2002, R$ 4,5 milhões.
À Polícia Civil em 2006 a empresária Maria Luiza Thiago de
Almeida, ex-sócia de Lobão Filho na Bemar, disse que a fazenda não existe. Não há, porém, acusação contra Lobão Filho sobre a propriedade.
Com base em decisões da
Justiça do Piauí, a 5ª Vara Cível
de São Luís retirou Lobão Filho
e sua mulher, Paula Stuart, da
ação de cobrança da dívida. O
BNB recorreu ao TJ-MA, que
suspendeu a decisão. O advogado da Bemar interpôs um agravo regimental, mas o TJ não
aceitou o instrumento.
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