São Paulo, quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

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Painel

RANIER BRAGON (interino) - painel@uol.com.br

Corrente pra frente

Já em plena atividade para se tornar a candidata do PT à sucessão de Lula, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) trabalha para manter sob suas asas o "PAC da Copa" de 2014, a ser anunciado em abril ou maio. Um decreto nomeando-a coordenadora das ações de infraestrutura do mundial de futebol, de óbvio potencial eleitoral, está em discussão na Presidência.
Mas há resistências dentro do governo. O argumento é que poderia ocorrer uma "politização" do evento, o que prejudicaria parcerias com os governadores tucanos Aécio Neves (MG) e José Serra (SP), também presidenciáveis. Dilma quer anunciar o novo PAC assim que as 12 cidades-sede da Copa forem escolhidas pela Fifa, no final de março.



Planos. A Casa Civil diz que o modelo do PAC da Copa ainda está sendo avaliado, mas afirma que a responsabilidade da ministra Dilma sobre ele é uma "possibilidade".

2010 chegou. O Ministério do Planejamento divulgou ontem estudo para tentar provar que o governo Lula não promoveu "inchaço" da máquina. O texto coteja a evolução do pessoal da União com o aumento dos servidores do governo de São Paulo e conclui: "A comparação (...) aponta taxa de crescimento menor no Poder Executivo Federal que no Estadual".

Pulo. O maior salto em São Paulo, de acordo com o estudo, acontece em 2007 (14,4%), primeiro ano da gestão de José Serra (PSDB).

Alhos e... O que o texto não ressalta é que a comparação usa parâmetros distintos: para a União são levados em conta só os servidores civis; no caso de São Paulo, entra o aparato militar, incluído no contingente de 187 mil integrantes da segurança pública.

Arte da guerra 1. Logo após a posse de Geraldo Alckmin na Secretaria de Desenvolvimento, o diretório paulistano do PSDB, que apoiou veladamente a reeleição de Gilberto Kassab (DEM), se reuniu. José Henrique Reis Lôbo, presidente do partido na cidade, abriu o encontro: "Não é preciso relembrar aqui o que aconteceu porque os fatos são recentes [...] Toda vez que nos dividimos pagamos caro pela nossa insensatez".

Arte da guerra 2. Lôbo continua: "Sou contra o "apartheid". Repudio a estratégia nazista dos que são as fontes, não tão anônimas assim, que abastecem a imprensa com notícias que visam dividir o partido em guetos".

Luz amarela. Deputados do PSDB que concluíram ontem contabilidade da bancada para a eleição na Câmara se alarmaram. O placar indica que Michel Temer (PMDB-SP), a quem o partido apoia oficialmente, teria entre 30 e 35 dos 57 votos. O dado seria levado pelo presidente da sigla, Sérgio Guerra (PE), ao governador José Serra (SP) na noite de ontem.

Compasso. Outro tema da conversa seria a eleição no Senado, onde Tasso Jereissati (CE), pró-Tião Viana (PT-AC), troca cotoveladas com Marconi Perillo (GO), pró-José Sarney (PMDB-AP), pela vice-presidência da Casa.

Novela. Na Câmara, o deputado Nilson Mourão (PT-AC) vai propor formalmente na reunião da bancada petista, domingo, a rediscussão do apoio do partido a Temer.

Inflação. O PT anunciou ontem na reunião dos apoiadores de Temer que terá apenas 6 ou 7 dissidências. Mas elas devem ser mais numerosas. Ontem mesmo surgiram mais dois deputados "em dúvida": Décio Lima (SC) e Nazareno Fonteles (PI).

Confessionário. Com medo de serem culpados por uma eventual derrota de Temer, os líderes partidários mostraram os mapas de suas bancadas reservadamente aos peemedebistas, em diferentes cantos da reunião.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"São Paulo precisa de parques. Mas é absurdo Kassab beneficiar quem não paga imposto e manter, em área pública, apostas em cavalos."

Do vereador JOÃO ANTÔNIO (PT), sobre a intenção da Prefeitura de São Paulo de desapropriar o Jockey Clube, que tem dívida milionária com o município, para a construção de um parque. A ideia inicial prevê que as corridas continuariam sendo realizadas.

Contraponto

Tempo nublado

Animado com a operação que patrocinou na tentativa de pacificar o PSDB paulista, o governador José Serra levou um estoque de piadas à solenidade de posse de Geraldo Alckmin na secretaria de Desenvolvimento, anteontem. De cara, chamou o vice de Alberto "Montoro" Goldman, em referência à fama do ex-governador Franco Montoro de embaralhar nomes -Goldman havia repetido o "Geraldo Kassab" da eleição municipal. No final, sobrou para o secretário Xico Graziano (Meio Ambiente):
-Finalmente eu o vejo depois de algumas semanas. E todo queimadinho. O governador aqui pálido e ele queimadinho e cheio de saúde!


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