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Apoio do PC do B a Dilma enfraquece Ciro
Suporte do deputado e pré-candidato do PSB no bloquinho, partido defende candidatura única de governistas contra tucanos
Legenda dará sinais dessa opção no início de fevereiro, quando seu comitê central se reúne em SP para pregar polarização da campanha
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Alvo de boicote do PT, a candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) à Presidência
deverá sofrer novo abalo na semana que vem. Suporte de Ciro
dentro do já desfalcado bloquinho, o PC do B vai informar ao
comando do PSB a disposição
de apoiar a ministra Dilma
Rousseff (Casa Civil) na corrida
presidencial.
"Não há dúvida de que estaremos com o projeto Lula. E esse projeto tem um nome: Dilma", disse o líder do PC do B na
Câmara, Daniel Almeida (BA).
O PC do B dará sinais dessa
opção já nos dias 6 e 7 de fevereiro, quando, reunido em São
Paulo, o seu comitê central pregará candidatura única no campo governista, e sob patrocínio
do presidente Lula.
Pelo cronograma do partido,
a aliança com o PT, no entanto,
só seria formalmente anunciada em abril, num segundo encontro partidário.
Presidente nacional do PC do
B, Renato Rabelo chegou a defender a candidatura de Dilma
numa reunião com o presidente do PSB, governador Eduardo
Campos (PE), já em dezembro.
Campos pediu, porém, que o
PC do B só se manifestasse depois de uma nova conversa.
"Temos que dar curso às conquistas do governo Lula. E a
Dilma está no meio disso tudo.
Se fosse candidato de outra corrente, talvez andássemos em
zigue-zague", disse Rabelo, reproduzindo argumentos apresentados a Campos.
Segundo Rabelo, o PC do B
propõe candidatura única na
base governista para explicitar
"polarização entre tucanos e o
campo de Lula".
"Com uma campanha polarizada fica mais claro para o eleitor e o nosso campo não dispersa", justificou Rabelo.
Segundo integrantes do próprio PC do B, o partido ainda
não declarou apoio formal a
Dilma por dois motivos: além
de poupar Ciro do isolamento,
petistas teriam alegado que,
com a retirada da candidatura
do PSB, o governador de São
Paulo, José Serra (PSDB), herdaria boa parte de seus votos.
Embora Rabelo negue negociações nesse sentido, a estratégia foi, segundo integrantes
do partido, a de manter a candidatura Ciro até que Dilma ganhasse musculatura, evitando
que fosse explicitada vantagem
expressiva do PSDB sobre o PT.
Como o PDT já anunciou
adesão à candidatura de Dilma,
o bloquinho (PSB, PDT, PC do
B, PRB e PMN) se desintegrará.
Segundo o deputado Flávio
Dino (MA), o PC do B deverá
endossar a aliança nacional
com o PMDB. Mas ela não deverá ser reproduzida em todos
os Estados. "Estamos esperando o lançamento da candidatura da Dilma em fevereiro para
reforçar a diretriz de aliança
com o PT, feita desde 1989."
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