São Paulo, quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

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Apoio do PC do B a Dilma enfraquece Ciro

Suporte do deputado e pré-candidato do PSB no bloquinho, partido defende candidatura única de governistas contra tucanos

Legenda dará sinais dessa opção no início de fevereiro, quando seu comitê central se reúne em SP para pregar polarização da campanha


CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Alvo de boicote do PT, a candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) à Presidência deverá sofrer novo abalo na semana que vem. Suporte de Ciro dentro do já desfalcado bloquinho, o PC do B vai informar ao comando do PSB a disposição de apoiar a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) na corrida presidencial.
"Não há dúvida de que estaremos com o projeto Lula. E esse projeto tem um nome: Dilma", disse o líder do PC do B na Câmara, Daniel Almeida (BA).
O PC do B dará sinais dessa opção já nos dias 6 e 7 de fevereiro, quando, reunido em São Paulo, o seu comitê central pregará candidatura única no campo governista, e sob patrocínio do presidente Lula.
Pelo cronograma do partido, a aliança com o PT, no entanto, só seria formalmente anunciada em abril, num segundo encontro partidário.
Presidente nacional do PC do B, Renato Rabelo chegou a defender a candidatura de Dilma numa reunião com o presidente do PSB, governador Eduardo Campos (PE), já em dezembro.
Campos pediu, porém, que o PC do B só se manifestasse depois de uma nova conversa.
"Temos que dar curso às conquistas do governo Lula. E a Dilma está no meio disso tudo. Se fosse candidato de outra corrente, talvez andássemos em zigue-zague", disse Rabelo, reproduzindo argumentos apresentados a Campos.
Segundo Rabelo, o PC do B propõe candidatura única na base governista para explicitar "polarização entre tucanos e o campo de Lula".
"Com uma campanha polarizada fica mais claro para o eleitor e o nosso campo não dispersa", justificou Rabelo.
Segundo integrantes do próprio PC do B, o partido ainda não declarou apoio formal a Dilma por dois motivos: além de poupar Ciro do isolamento, petistas teriam alegado que, com a retirada da candidatura do PSB, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), herdaria boa parte de seus votos.
Embora Rabelo negue negociações nesse sentido, a estratégia foi, segundo integrantes do partido, a de manter a candidatura Ciro até que Dilma ganhasse musculatura, evitando que fosse explicitada vantagem expressiva do PSDB sobre o PT.
Como o PDT já anunciou adesão à candidatura de Dilma, o bloquinho (PSB, PDT, PC do B, PRB e PMN) se desintegrará.
Segundo o deputado Flávio Dino (MA), o PC do B deverá endossar a aliança nacional com o PMDB. Mas ela não deverá ser reproduzida em todos os Estados. "Estamos esperando o lançamento da candidatura da Dilma em fevereiro para reforçar a diretriz de aliança com o PT, feita desde 1989."


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