São Paulo, quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

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Gilmar Mendes rebate críticas e afirma que há "bom diálogo"

FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL

"O Conselho Nacional de Justiça não diminuiu a independência do Judiciário", diz o ministro Gilmar Mendes, ao comentar o ofício em que o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, Mozart Valadares Pires, manifesta "inconformismo com excessos" do conselho, ao editar resoluções sem a participação das associações de juízes e dos tribunais.
"Temos mantido há algum tempo um bom diálogo com as associações de magistrados. A AMB e outras entidades têm participado do planejamento do Judiciário", diz o presidente do CNJ. "No 2º Encontro Nacional do Judiciário [realizado em fevereiro de 2009, em Belo Horizonte], fomos nós que colocamos as associações de juízes para participarem do planejamento estratégico do Judiciário", lembra Gilmar Mendes.
"O que não podemos é suspender as nossas deliberações. O que a gente está cobrando é a observância de normas", diz. Ele exemplifica com a Meta 2, que está revelando quais são os tribunais com atraso no julgamento de processos.
Para o presidente do CNJ, "não há divergências" entre a AMB e o CNJ. "São reclamações pontuais", afirma. Ele cita a Resolução nº 70 do CNJ, que prevê a participação de servidores e juízes na elaboração e execução das propostas orçamentárias dos tribunais.
"O CNJ reconhece que em alguns tribunais faltam recursos para a primeira instância. Estamos trabalhando com transparência. Não podemos debilitar o Judiciário, como poder, se enfatizarmos os problemas sem oferecer soluções. Os tribunais travam uma luta pela sobrevivência", diz.
Sobre a exposição de juízes durante as inspeções em tribunais estaduais, ele admite que, no começo, "a audiência pública terminava como uma catarse", com acusações feitas abertamente, "o que gerava uma repercussão muito grande".
No ofício, a AMB critica o que define como "violação da dignidade de magistrados" em algumas audiências públicas.
"Não houve excessos por parte do CNJ, mas por parte da população local. Hoje, a própria Corregedoria tem tomado cuidado. As denúncias são feitas de forma privada. O ministro Gilson Dipp [corregedor nacional de Justiça] está fazendo um trabalho excelente", diz.
Para o presidente do CNJ, "as audiências públicas são uma forma de diálogo com a sociedade e têm o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil".


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