|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Fita revela ação planejada do MST, diz polícia
Delegado afirma que líder regional do movimento foi filmado antes de invasão a fazenda falando em "dar prejuízo a eles"
Há 20 suspeitos com prisão decretada e 13 deles estão foragidos; policial pedirá prorrogação de detenções temporárias por mais 5 dias
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
Um vídeo apreendido anteontem na operação que resultou na prisão de nove sem-terra no interior de São Paulo
prova que a depredação de uma
fazenda da Cutrale, ocorrida no
ano passado, foi um ato premeditado, segundo a Polícia Civil.
O delegado responsável pelas
investigações, Jader Biazon,
disse ontem que a gravação foi
feita logo após a invasão da fazenda, em Iaras (SP). Um homem diz: "Essa é a quarta ocupação. Agora nós viemos aqui
para, pelo menos, dar prejuízo
para eles". Segundo o delegado,
a fala é de Miguel da Luz Serpa,
50, um dos coordenadores estaduais do MST (Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra). Ele foi preso na ação policial e se calou no depoimento.
Quando os sem-terra saíram
da fazenda da Cutrale, em outubro de 2009, deixaram um
total de 7.000 pés de laranja
destruídos, de acordo com a
empresa. Tratores, móveis e
eletrodomésticos foram destruídos, e paredes, pichadas.
MST nega acusação
O MST sempre negou que integrantes do movimento tenham depredado e realizado
furtos durante a invasão.
Segundo a polícia, os presos
anteontem na Operação Laranja são suspeitos de envolvimento com a invasão e depredação
da fazenda da Cutrale.
Além de Serpa, foram detidos
a atual vereadora de Iaras e mulher dele, Rosimeire Pan D'Arco de Almeida Serpa (PT), 30, e
o ex-prefeito da cidade e presidente municipal do PT, Edilson
Granjeiro Xavier, 64. De acordo
com a polícia, os três coordenaram a invasão.
Há 20 suspeitos com a prisão
decretada, 13 deles foragidos. O
delegado afirmou que vai pedir
a prorrogação por mais cinco
dias das prisões temporárias.
Os dois presos por porte ilegal de arma durante a operação
pagaram fiança e foram libertados ontem. Já os sete presos
por ordem judicial, em razão da
invasão da fazenda, continuam
detidos e foram transferidos
para cadeias da região.
Biazon disse que testemunhas relataram no inquérito
-ainda em andamento- ter
sofrido ameaças de integrantes
do MST, durante as apurações,
para que não revelassem informações sobre o movimento.
"As prisões foram imprescindíveis para o prosseguimento
das investigações por causa de
ameaças sofridas por testemunhas", disse o delegado.
A polícia apreendeu agendas,
computadores e celulares que
serão periciados. Agrotóxicos e
fertilizantes apreendidos com
os sem-terra podem ter sido retirados da Cutrale.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Sem-terra: Sete que tiveram prisão decretada há 2 meses estão foragidos Índice
|