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Sob pressão, Malan recebe PSDB e PFL
da Sucursal de Brasília
O ministro da Fazenda, Pedro
Malan, receberá hoje duas manifestações públicas de apoio promovidas por tucanos e pefelistas,
mas sua permanência à frente da
equipe econômica não é consenso
entre os aliados do governo no
Congresso. Há dúvidas sobre o
acerto da atual política econômica.
O PFL -maior partido da base governista- condicionou seu apoio
à adoção de medidas urgentes contra a especulação (cambial e de
preços). "Esperamos que ele (o ministro) possa realmente baixar as
taxas de juros e atue com rigor
contra os especuladores: o governo tem instrumentos para isso",
disse o líder do PFL, deputado Inocêncio Oliveira (PE), que lidera
uma caravana de "reconhecimento" à atuação de Malan.
"Ele continua apadrinhado e
benzido pelo PFL", atestou. O PFL
cobrará do ministro a identificação e a punição dos especuladores.
Malan receberá os pefelistas antes do almoço marcado desde a
véspera com representantes do
PSDB -partido do presidente
Fernando Henrique Cardoso. O
encontro foi estimulado por FHC e
deveria funcionar como antídoto à
"fritura" do ministro.
Embora alguns tucanos considerem o ato de solidariedade inútil, a
manifestação é defendida pelo líder do governo, deputado Arnaldo
Madeira (PSDB-SP). "O ministro
executa a política do presidente
Fernando Henrique Cardoso."
O maior banco de investimentos
dos Estados Unidos, a Merrill
Lynch, divulgou nesta semana a
seus clientes uma lista de possíveis
substitutos de Pedro Malan.
Cinco nomes aparecem na lista,
na seguinte ordem:
1) José Serra - o atual ministro da
Saúde tem, segundo a Merrill
Lynch, "prestígio local e internacional". Por ser do PSDB, teria dificuldades para manter o equilíbrio
político no ministério. Além disso,
Serra tem, de acordo com a Merrill
Lynch, "uma relação relativamente antagônica com políticos importantes do Nordeste". À rádio
CBN, Serra disse ontem no final da
tarde que essas especulações não
passariam de "tititi, especulação".
E completou: "Apóio a posição do
presidente de prestigiar e fortalecer o ministro Malan";
2) André Lara Resende - ex-presidente do BNDES, é "extremamente próximo" de FHC.
A Merrill Lynch cita o caso dos
grampos telefônicos que causaram
a demissão de Lara Resende do
BNDES. Conclui que seria necessário mais tempo para que ele reconquistasse prestígio;
3) Luiz Carlos Mendonça de Barros - também é citado como envolvido no caso do grampo;
4) Delfim Netto - para a Merrill
Lynch, o deputado do PPB-SP
"quer ser considerado para o posto, mas não desfruta de uma boa
relação com o presidente".
"Isso é bobagem. Faz tempo que
não falo com o presidente", disse o
deputado ontem à Folha à tarde;
5) Edmar Bacha - é citado apenas
como um dos "arquitetos do Plano
Real".
(MARTA SALOMON e FERNANDO RODRIGUES)
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