São Paulo, quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

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"É agora", diz Bush a Patriota sobre Rodada Doha

SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON

"O momento é agora." Foi o que o novo embaixador nos EUA, Antonio Patriota, ouviu do presidente George W. Bush ao apresentar suas credenciais na Casa Branca pela manhã.
O diplomata havia dito ao republicano que 2007 seria um ano "crítico" para as negociações de comércio exterior, e ouviu de Bush um pedido para apressar ao máximo as negociações da Rodada Doha: "Eu mencionei que 2007 era crítico para a Rodada Doha", disse Patriota: "O ano de 2007 não, agora. "The time is now", ele respondeu, o momento é agora."
Sobre a queda do volume de exportações entre os dois países, o diplomata disse que a "afirmação é absolutamente falsa", mesmo em termos relativos: "Os principais parceiros dos EUA todos caíram proporcionalmente em função da grande penetração da China no mercado americano, mas o volume dobrou desde 2003".
A respeito do sentimento de antiamericanismo que domina parte do Itamaraty, segundo o ex-embaixador Roberto Abdenur, Patriota disse que o que há é um "sentimento pró-Brasil na chancelaria brasileira, como há um sentimento pró-Estados Unidos no State Department, ou pró-França no Quai d'Orsay, mas sem sentimento antiqualquer nação específica".
O embaixador afirmou ainda que ouviu de John Negroponte, o número dois da chancelaria americana que as relações com o Brasil "estão cada vez melhores". O fato de Bush passar pelo país nos dias 8 e 9 de março, três semanas antes da viagem programada de Lula aos EUA, seria um sinal disso, acredita: "É um gesto de amizade, pode-se dizer uma deferência de um relacionamento que se estreita muito e que no momento ganha em densidade".
Sobre o encontro em São Paulo, Patriota confirmou que os dois presidentes devem apresentar um memorando bilateral sobre biocombustíveis e anunciarão a criação de um fórum sobre o tema, que reunirá Brasil, EUA, União Européia, China, África do Sul e Índia. Na agenda dos dois presidentes estará ainda "a cooperação bilateral, a avaliação dos resultados dos grupos de trabalho desde a visita de Lula a Washington, em 2003, tópicos de governança global e o aperfeiçoamento dos mecanismos decisórios internacionais". "Mas a conversa será bastante livre."
Mais um membro da comitiva norte-americana ao Brasil foi confirmado ontem: Susan Schwab, do USTR, escritório que cuida das relações do comércio exterior norte-americano. Já a visita de Bush a uma usina brasileira produtora de biocombustível ainda está em negociação, segundo Patriota.


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