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"É agora", diz Bush a Patriota sobre Rodada Doha
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
"O momento é agora." Foi o
que o novo embaixador nos
EUA, Antonio Patriota, ouviu
do presidente George W. Bush
ao apresentar suas credenciais
na Casa Branca pela manhã.
O diplomata havia dito ao republicano que 2007 seria um
ano "crítico" para as negociações de comércio exterior, e ouviu de Bush um pedido para
apressar ao máximo as negociações da Rodada Doha: "Eu
mencionei que 2007 era crítico
para a Rodada Doha", disse Patriota: "O ano de 2007 não, agora. "The time is now", ele respondeu, o momento é agora."
Sobre a queda do volume de
exportações entre os dois países, o diplomata disse que a
"afirmação é absolutamente
falsa", mesmo em termos relativos: "Os principais parceiros
dos EUA todos caíram proporcionalmente em função da
grande penetração da China no
mercado americano, mas o volume dobrou desde 2003".
A respeito do sentimento de
antiamericanismo que domina
parte do Itamaraty, segundo o
ex-embaixador Roberto Abdenur, Patriota disse que o que há
é um "sentimento pró-Brasil na
chancelaria brasileira, como há
um sentimento pró-Estados
Unidos no State Department,
ou pró-França no Quai d'Orsay,
mas sem sentimento antiqualquer nação específica".
O embaixador afirmou ainda
que ouviu de John Negroponte,
o número dois da chancelaria
americana que as relações com
o Brasil "estão cada vez melhores". O fato de Bush passar pelo
país nos dias 8 e 9 de março,
três semanas antes da viagem
programada de Lula aos EUA,
seria um sinal disso, acredita:
"É um gesto de amizade, pode-se dizer uma deferência de um
relacionamento que se estreita
muito e que no momento ganha em densidade".
Sobre o encontro em São
Paulo, Patriota confirmou que
os dois presidentes devem
apresentar um memorando bilateral sobre biocombustíveis e
anunciarão a criação de um fórum sobre o tema, que reunirá
Brasil, EUA, União Européia,
China, África do Sul e Índia. Na
agenda dos dois presidentes estará ainda "a cooperação bilateral, a avaliação dos resultados
dos grupos de trabalho desde a
visita de Lula a Washington,
em 2003, tópicos de governança global e o aperfeiçoamento
dos mecanismos decisórios internacionais". "Mas a conversa
será bastante livre."
Mais um membro da comitiva norte-americana ao Brasil
foi confirmado ontem: Susan
Schwab, do USTR, escritório
que cuida das relações do comércio exterior norte-americano. Já a visita de Bush a uma
usina brasileira produtora de
biocombustível ainda está em
negociação, segundo Patriota.
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