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Finatec usou empresa que doou para o PT
Empresa que pertence a um petista contribuiu com R$ 25 mil para campanhas de Marta e Donato em 2004
CATIA SEABRA
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Contratada pelo governo
Marta Suplicy (PT) para aperfeiçoar o modelo das subprefeituras de São Paulo, a Finatec
subcontratou, de 2003 a 2004,
uma empresa que pertence a
um petista e figura entre os
doadores da campanha do PT.
Além de Marta, o vereador
Antônio Donato -responsável
pela contratação da Finatec em
2003, quando ocupava a Secretaria de subprefeituras- aparece como beneficiário de contribuição da Pro-sistemas Consultoria na eleição de 2004.
A Pro-sistemas doou R$
4.000 para a campanha de Donato em 27 de julho de 2004 e
R$ 21 mil para a de Marta no dia
2 de agosto. A Pro-sistemas é do
petista Luiz Antônio Melhado,
que já foi secretário em Santos
(Administração) e Jacareí (Administração e Segurança) e
candidato a vereador. Hoje
presta serviços à Prefeitura de
Fortaleza, de Luizianne Lins.
Em 15 de abril de 2003, a Secretaria de Subprefeituras contratou a Finatec por R$ 12,2 milhões para elaborar modelo de
gestão das administrações regionais. Nas prestações de contas da Finatec, fundação ligada
à Universidade de Brasília, a
Pro-sistemas foi subcontratada
ao menos nos meses de agosto e
setembro de 2004 (299 horas
por mês). Como o contrato previa pagamento de R$ 225 a hora, a Pro-Sistemas teria recebido R$ 134,5 mil no bimestre.
Mas, em e-mails enviados à
Folha, Melhado disse ter prestado serviços à Finatec nos 20
meses de contrato -de abril de
2003 a dezembro de 2004. O
valor pago por hora seria da
"ordem de R$ 200". Segundo
ele, foram contratados quatro
consultores, e o total de horas
variava de 140 a cerca de 290
por mês. Por esses números, a
prestação de serviços à Finatec
rendeu no mínimo R$ 600 mil
e no máximo R$ 1,3 milhão.
Alegando estar fora de São Sebastião, onde está o escritório,
Melhado disse que não saberia
dizer o valor global do contrato.
As prestações da Finatec não
têm o total pago à Pro-sistemas
porque em só 2 das 21 medições
apresentadas foram lançados
os nomes dos consultores. Essa
falta de detalhamento levou a
prefeitura a determinar a revisão do contrato porque não era
possível atestar sua execução.
Em 2006 a corregedoria do
município sugeriu reter R$ 2,8
milhões ainda devidos à Finatec. Para o prefeito Gilberto
Kassab (DEM), o contrato está
"sob suspeição". Alegando que
Kassab também contratou a Finatec em 2007, o PT diz que essa estratégia visa não pagar os
contratos herdados de Marta.
O nome da Finatec veio à tona em meio ao caso dos cartões
corporativos, depois que investigação apontou gasto de R$
470 mil na reforma do imóvel
funcional do reitor da UnB.
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