São Paulo, quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

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Irmão de Requião processa colunista e jornal

Superintendente do porto de Paranaguá, Eduardo Requião pede indenização que pode chegar a R$ 1 bi

DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O superintendente do porto de Paranaguá, Eduardo Requião, entrou com ação na Justiça para pedir indenização contra o jornal "Gazeta do Povo", de Curitiba, e o colunista do diário Celso Nascimento.
A ação, que o jornal informou poder chegar a R$ 1 bilhão, reclama reparos a supostos danos causados à imagem do porto e de Eduardo, irmão do governador Roberto Requião (PMDB).
A superintendência do porto diz que pede R$ 10 milhões de pagamento por custas judiciais, além de indenização de R$ 10 mil por exemplar que circulou quando foi publicada nota que deu origem à ação. O texto é de 30 de dezembro, quando o jornal informa ter tiragem de cerca de 100 mil exemplares.
Foi noticiado na coluna de Nascimento, com base em documentos da Marinha, que a navegação de navios de grande porte pelo canal de acesso ao porto teve que ser restringida. O colunista atribuiu a limitação ao assoreamento do canal, causado pela falta de dragagem do lodo por parte do terminal. Ele disse que questionou quem seria o responsável pelos "prejuízos que tais medidas trariam à economia paranaense".
"[Eduardo Requião] quer intimidar a mim e ao jornal. Esse comportamento truculento para ofender as pessoas tem sido freqüente, como na "escolinha" [programa de TV em que o governador criticava desafetos, que foi proibido e multado pela Justiça]. Essa é a regra, mas a gente a entende como piada."
Nascimento questionou o fato de o superintendente ter usado uma advogada que trabalha no porto para pedir uma ação de caráter privado.
Por meio da assessoria, o porto informou que Eduardo Requião estava em viagem. Sua chefe-de-gabinete, a advogada Estella Maris Bittencourt, que assina a ação, afirmou que o processo quer impedir que o colunista continue com "comentários mentirosos que provocam danos internacionais à imagem do porto".
Sobre a indenização, Bittencourt disse que não foi feita menção a R$ 1 bilhão, mas confirmou ter solicitado reparação de R$ 10 mil por exemplar. Ela declarou que sua participação no processo é legal. "Tenho essa liberalidade profissional. Ingressei em nome do funcionário, e não da pessoa física dele."


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